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Publicado em 7 de agosto de 2025 às 19:23
A Polícia Civil concluiu que José Wilson Guimarães Júnior, de 38 anos, e Paula Nazarett dos Santos Barbosa, 31 anos, padrasto e mãe de Agatha Ester Santos Barbosa, de um ano e seis meses, são inocentes da morte da bebê. A menina chegou morta na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Riviera da Barra, em Vila Velha, em 10 de maio deste ano, com marcas no corpo. O casal chegou a ficar preso por 17 dias. Diante da constatação, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) arquivou o inquérito do caso, com homologação da Justiça. >
Um dia após a morte de Aghata, o casal teve decretada a prisão temporária, que depois foi convertida para preventiva. Os dois permaneceram no sistema prisional de 11 a 28 de maio: ele foi autuado por "homicídio qualificado com emprego de meio insidioso ou cruel contra menor de 14 anos", e ela, por "omissão de agente garantidor de segurança". José Wilson e Paula foram soltos após a investigação da chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), delegada Raffaella Aguiar, apontar que os machucados na menina foram resultados de manobras feitas de forma incorreta e com força maior que a necessária feita pelo padrasto em um momento de desespero para salvar a menina, sem nenhuma intenção de matar a enteada.>
Delegada Raffaella Aguiar
Chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM)“Quando se fala de uma bebê, tecnicamente, você faz com dedo, mas no desespero, ele colocou as mãos. Quando o interroguei perguntei como ele tentou salvar, ele mostrou como fez com as mãos. Ele é leigo e no desespero fez o que achava melhor”, continuou a delegada.>
Delegada Raffaella Aguiar
Chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM)A Polícia Civil anexou ao pedido de arquivamento o laudo do médico legista, dados dos aparelhos eletrônicos, depoimentos dos então suspeitos, de familiares, vizinhos e outros filhos do casal. A solicitação para arquivar o caso também foi fundamentara em prontuários médicos, que mostraram que Agatha estava sendo cuidada pelos responsáveis e médicos da UPA devido a uma doença. >
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“(No dia da morte) o namorado da mãe estava responsável pelas crianças, onde estava outras três menores fora a bebê, vimos que ela estava desde o dia 2 de maio indo ao UPA sendo acompanhada, para receber medicação, olhada pelo pediatra, tudo de acordo com prontuários médicos. A ação da mãe estava sendo de zelo e todos que ouvimos creche vizinhos era de que eles eram cuidadosos”, explicou a delegada.>
Para a Polícia Civil, as mensagens trocadas entre Paula e José horas antes de Agatha morrer são mais uma prova de preocupação com a menina. O casal passou o dia informando mutualmente sobre o estado de saúde dela. Segundo a delegada, a outra filha da mãe da bebê e os outros filhos do padrasto também foram escutados. As conversas com as crianças tiveram o mesmo conteúdo: descrição de cuidado, zelo, relatos de viverem em um lar, agressões e vozes alteradas. “Conclui o inquérito sugerindo o arquivamento por ser causa atípica. Pelo que já sei que foi pro MPES com pedido de arquivamento”, frisou a chefe da DHPM.>
O delegado-geral da Polícia Civil do Espírito Santo, José Darcy Arruda, reconheceu o trauma causado ao casal devido ao ocorrido, mas reforçou que a situação se deu diante do que o delegado de plantão tinha em mãos no dia da morte da Agatha. “Trabalhamos com o que temos em mão e infelizmente o que chegou ao delegado é o levou àquela autuação”, explicou a chefia da corporação. >
Apesar da explicação, o chefe da Polícia Civil não negou os impactos e o desgaste causados à família devido às acusações e à prisão. “Obviamente não podemos negar a vocês que isso traz um desgaste, traz um trauma, óbvio que a família sofreu, mas o mais importante é que a decisão a princípio que originou a prisão foi revogada e eles estão gozando da sua liberdade”, analisou.>
Delegado José Darcy Arruda
Delegado-geral da Polícia Civil do Espírito SantoApós ser colocado em liberdade, a delegada informou que o casal esteve na DHPM para recolher os celulares e conversar com ela. Os dois teriam mostrado entendimento perante a situação. Durante os dias na prisão, a filha de José ficou aos cuidados de um abrigo, mas, com a soltura, o caso estava sendo resolvido. Já os filhos de Paula estavam com familiares.>
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