Publicado em 8 de novembro de 2025 às 13:21
Um adolescente foi morto durante ação da Polícia Militar na madrugada deste sábado (8), no bairro Conquista, em Vitória. A identidade e a idade da vítima não foram confirmadas pela corporação, mas, de acordo com moradores do local, ele teria 17 anos.>
De acordo com a PM, os agentes de segurança foram recebidos a tiros por três indivíduos armados durante patrulhamento a pé na região da Rua da Felicidade, o que teria levado a uma reação dos policiais.>
O adolescente, então, teria fugido e se escondido em uma caixa d'água vazia, não obedecendo a ordem da polícia de largar a arma. Ainda conforme a versão da polícia, o jovem teria apontado a arma para um policial, que efetuou quatro disparos de fuzil. O suspeito foi socorrido e levado para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória, mas morreu durante atendimento médico. >
Outros dois suspeitos identificados durante o patrulhamento não foram localizados. Moradores confirmaram que os jovens tinham envolvimento com o tráfico. >
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De acordo com reportagem da TV Gazeta, moradores contestam a versão da polícia. Eles contaram que o jovem teria se entregado, antes de ser baleado, chegando a gritar “perdi, perdi”. Até o fim da manhã deste sábado (8), o corpo dele seguia no Departamento Médico Legal (DML), sem identificação.>
Com o jovem, foram apreendidos uma pistola calibre 380, munições, dois carregadores, um rádio comunicador, dez pinos de cocaína e um celular. >
“A gente respeita muito a opinião dos moradores das comunidades, até porque nós estamos ali para servi-los. Entretanto, a gente também não pode abdicar do fato que essas pessoas moram em locais onde há atuação de facções criminosas. Esses moradores são reféns desses traficantes e, por vezes, são coagidos a falarem aquilo que é de interesse da facção”, disse o comandante da Força Tática do Primeiro Batalhão de Vitória, oenente Leopoldino, em entrevista ao Gazeta Meio Dia, da TV Gazeta. >
O policial disse ainda que a corporação vai ouvir os moradores para abertura de procedimentos investigativos. Segundo ele, o primeiro Batalhão já registrou a apreensão de mais de 100 armas em 2025. Dessas, cinco criminosos morreram durante a abordagem da PM. >
“Estudos institucionais comprovam que, após a atuação da Polícia Militar, em especial da força tática, em comunidades de Vitória, há o aumento de denúncias anônimas, tanto com elogio à atuação quanto pedindo mais policiamento. Esse crescimento é de cerca de 40%. Ou seja, nós entendemos que essa é a voz do morador, porque o sigilo é garantido, não tem influência nem coação por parte de criminosos. Mas, de todo modo, as denúncias serão aveiguadas”, comentou. >
Conforme informou a PM à reportagem da TV Gazeta, a região de Conquista é alvo de disputa territorial entre facções criminosas. Parte do bairro é controlada pelo Primeiro Comando de Vitória (PCV) e outra pelo Terceiro Comando Puro (TCP). Nas redes sociais, o serviço de inteligência da Polícia Militar já flagrou postagens de faccionados do bairro exibindo armas de fogo.>
“O bairro está dividido entre as duas principais facções do Espírito Santo. O local é estratégico para elas, porque os criminosos têm acesso à densa mata, tanto para eles fugirem quanto esconderem materiais ilícitos. A Força Tática já prendeu no local dois fuzis 762 dentro da mata. Além disso, os membros das facções podem acessar outras comunidades que sejam de interesse deles, como Morro do Macaco, Tabuazeiro, Forte São João, Romão, Moscoso e Cabral”, complementou tenente Leopoldino. >
A Polícia Civil informou, em nota, que a ocorrência de morte por intervenção legal de agente do Estado foi entregue na Delegacia Regional de Vitória. O corpo do suspeito foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) da Polícia Científica, em Vitória, para ser necropsiado e, posteriormente, liberado aos familiares. >
Já a arma apreendida será encaminhada para o Departamento de Balística Forense, da Polícia Científica (PCIES), juntamente com as munições e carregadores, enquanto que as drogas apreendidas serão encaminhadas para o Laboratório de Química Forense, da Polícia Científica, para serem analisadas e, posteriormente, incineradas.>
“O caso seguirá sob investigação do Serviço de Investigações Especiais do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP), responsável por apurar ocorrências de morte por intervenção legal de agente do Estado”, informa a nota.>
Com informações de André Afonso, da TV Gazeta. >
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