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Vegetação em praias de Vila Velha pode ter relação com ciclone

Vegetação em praias de Vila Velha pode ter relação com ciclone

Especialistas explicam que a vegetação é formada por algas que se desprendem do fundo do mar quando atingidas por ondas fortes

Publicado em 7 de fevereiro de 2020 às 19:57

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Praia de Itapoã amanhece suja de vegetação e surpreende moradores. (Eduardo Caliman)

O acúmulo de vegetação na areia da Praia de Itapoã, em Vila Velha, encontrado na manhã desta sexta-feira (07), pode estar relacionado com a formação do ciclone Kurumí, registrado no fim de janeiro no alto-mar do Espírito Santo. 

Apesar de ser um fenômeno natural, a presença de uma quantidade grande de vegetação nas praias é intensificada após períodos de fortes ventanias. O fenômeno também foi registrado na água da Praia de Itaparica, sob a formação de uma mancha escura no mar.

Moradores registraram mancha escura no mar de Itaparica, em Vila Velha. (Internauta)

De acordo com o professor de Oceonografia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Agnaldo Martins, o material encontrado na praia é formado por algas arribadas. São algas que ficam presas a rochas, no fundo do mar e, sob pressão de ondas, se desprendem, sendo carregadas pelas correntes até chegar à areia.

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É um fenômeno mais comum no Sul do Espírito Santo, onde os ventos são mais fortes. Não é comum no verão, mas como tivemos um clima bem instável nas últimas semanas, inclusive com a formação de ciclone, pode estar associado a este fenômeno

Agnaldo Martins
Pesquisador e Professor do Departamento de Oceanografia da Ufes
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O ciclone Kurumí, que se formou no alto-mar do Espírito Santo no dia 24 de janeiro, provocou ventos de 65km/h e ondas de até quatro metros. Segundo Martins, apesar de ter se formado longe da costa, o ciclone pode ter intensificado a força das ondas para desprender as algas das rochas.

"Essas ondas fortes podem ter retirado as algas do fundo do mar com mais intensidade, propiciando um aumento desse material. Como não tem para aonde ir, essa vegetação acabou sendo compactada na praia, gerando um acúmulo na areia", declarou.

De acordo com o pesquisador, apesar de se tratar de uma vegetação, as algas precisam ser retiradas da areia. Elas podem provocar mau cheiro ao entrar em decomposição.

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Junto com as algas, existem pequenos organismos que vivem ali. Esse material acumulado pode gerar um risco para as pessoas que frequentam o local porque começa a entrar em decomposição, causa mau cheiro e pode ter prejuízos à saúde. No ambiente que não tem muita gente, é um processo natural, que vai ser limpo pela própria água. Mas quando são praias frequentadas, a orientação é realizar a limpeza

Agnaldo Martins
Pesquisador e Professor da Ufes
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Segundo a Prefeitura de Vila Velha, a limpeza na praia foi feita nesta sexta-feira (07).

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