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Mulheres podem denunciar agressões pela internet durante pandemia

Mulheres podem denunciar agressões pela internet durante pandemia

Devido ao isolamento social, mulheres que forem agredidas ou sofrerem qualquer outro tipo de violência dentro de casa podem registrar ocorrência também no site da Secretaria de Segurança

Publicado em 17 de abril de 2020 às 18:11

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Mulher vítima de violência
Mulher vítima de violência ganha mais uma alternativa para denunciar agressores. (Freepik)

Para as mulheres que, infelizmente, vivem os horrores da violência doméstica,  a internet pode ser mais um canal para pedir socorro. Devido à recomendação do isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus, as vítimas podem registrar boletim de ocorrência pela Delegacia Online no site Secretaria de Estado de Segurança  Pública (Sesp) .

Antes da disseminação do Covid-19, as denúncias das vítimas só podiam ser feitas presencialmente nas delegacias.  A delegada Michele Meira, da Gerência de Proteção à Mulher, explicou que as Delegacias de Atendimento à Mulher (Deams) de cada município da Grande Vitória e do interior do Estado continuam funcionando normalmente. Porém, agora, a mulher tem mais uma opção para registrar esse boletim de ocorrência. 

Delegada Michelle Meira
Delegada Michelle Meira, da Gerência de Proteção à Mulher. ( Marcelo Prest )

"A polícia não mudou o modo de funcionar, nem as delegacias e nem as Patrulhas Maria da Penha, da Polícia Militar, para os atendimentos  no local do fato. O que temos é mais uma possibilidade para a vítima fazer o boletim de ocorrência, que é pela internet", explicou Michele Meira.

Algo que tem preocupado a Gerência de Proteção à Mulher é o fato que desde o início das medidas de isolamento social, os números de registros de violência contra mulher diminuíram. "Não sabemos o motivo dessa queda. O que sabemos é que o fato de cair os registros, não significa que diminuíram os acontecimentos, ainda é cedo para diagnosticar essas causas",  pontua a delegada. 

O objetivo do boletim de ocorrência online é que a mulher que queira denunciar não deixe de fazer, mesmo cumprindo o isolamento social, tanto para evitar a contaminação por coronavírus dela, da família e dos policiais que estão na delegacia. "É mais um canal de socorro. Pois, mesmo a mulher que não tem acesso à internet ou não consegue denunciar de dentro de casa por medo do agressor, deve procurar a delegacia que também será atendida.  Do mesmo modo, tentamos evitar a aglomeração na delegacia para evitar expor vítimas e policiais ao contágio do coronavírus",  reforçou.

 A única ocorrência de violência contra mulher que ainda não pode ser feita online é o estupro, devido à necessidade imediata do exame de corpo de delito. Para demais ocorrências que precisam de exames,  policiais entram em contato com a vítima e marcam atendimento para realizar exames ou prestar depoimento, para evitar aglomerações. Ao registrar a ocorrência online, a mulher receberá um email confirmando o registro e também o agendamento de exames e de depoimento para representar por medida protetiva, que é quando o agressor fica impedido judicialmente de se aproximar da vítima. Se descumprida essa medida, o agressor pode ser preso imediatamente.

'A delegacia está de portas abertas para as mulheres, assim como as mulheres podem registrar denúncias via delegacia online. Não deixe de denunciar se sofrer qualquer tipo de violência", orientou a delegada. 

Linha exclusiva para denúncias em Vila Velha

Também preocupada com a proteção das mulheres em tempos de pandemia, a Prefeitura de Vila Velha criou uma alternativa para ficar mais próxima das vítimas de agressões domésticas: um número exclusivo para atendimento às mulheres que precisam de ajuda para sair de relacionamentos abusivos ou que são violentadas das mais diversas formas dentro de casa. O número 99873-6346 é disponibilizado pelo Centro de Referência no Atendimento Especializado à Mulher em Situação de Violência Doméstica de Vila Velha (Cramvive).

"O atendimento presencial foi mantido, mas para evitar aglomerações devido à pandemia, é necessário o agendamento por telefone. Na ligação, a vítima é atendida por um psicólogo ou assistente social de plantão. Depois disso, são tomadas as providências de cada caso. Se for necessário ir à Delegacia, os funcionários acompanham. Essa vítima também recebe acompanhamento psicológico e social depois dos trâmites policiais e judiciários", explicou Ana Cláudia Simões, secretária de Assistência Social de Vila Velha. 

O atendimento do Cramvive é realizado das 8h às 18h, em dias úteis. Já o Plantão da Mulher funciona, nos dias úteis, das 18h às 23h; aos sábados das 12h às 23h; e aos domingos, das 9h às 12h. O contato para dar início ao acompanhamento ou atendimento é feito pelo número 99873-6346.

"É uma porta que está aberta. Os cursos presenciais foram suspensos devido à pandemia. Sabemos que as mulheres, devido ao isolamento social, podem estar convivendo com os potenciais agressores, por isso precisamos reafirmar que não podem se calar. Não se sintam sozinhas, estamos aqui para ajudá-las", reforçou a secretária. 

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