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'É como se fosse uma pedra', diz médica sobre pulmão com Covid-19

"É como se fosse uma pedra", diz médica sobre pulmão com Covid-19

Em entrevista ao Bom dia Espírito Santo, da TV Gazeta, a pneumologista Cilea Martins explicou como o corpo se comporta após o contágio pela doença

Publicado em 30 de março de 2020 às 08:31

A médica pneumologista Cilea Martins explica os impactos da Covid-19 nos pulmões
A médica pneumologista Cilea Martins explica os impactos da Covid-19 nos pulmões Crédito: Reprodução/TV Gazeta

Com o avanço do novo coronavírus e os danos que a doença causa ao organismo, especialistas seguem analisando os impactos do vírus no corpo humano. Por se tratar de uma síndrome respiratória, os pulmões são os mais afetados. Segundo a médica pneumologista Cilea Martins, na fase aguda da doença, esse órgão fica como uma pedra.

Em entrevista ao Bom dia Espírito Santo, da TV Gazeta, a especialista explicou como o corpo se comporta após o contágio pela doença. Segundo ela, o paciente sente como se estivesse se afogando sem água.

"A nossa porta de entrada das vias inferiores, que são os pulmões, começa pela laringe. Se a laringe começa a ficar inchada, começa a ter perda da voz, uma tosse que parece um cachorro. Depois, ele vai descendo e fazendo o fechamento da traquéia, dos brônquios. Como a gente fala, é o broncoespasmo, ela fecha. Com isso, vai encharcando o pulmão, ele vai enchendo de água. Só que é se como essa água viesse de dentro, e não de fora. Por isso que é como se fosse um afogado sem água. Ele tenta fazer o movimento de ida e vinda e não consegue. O pulmão fica duro. É como se fosse uma fibrose aguda, uma pedra. O nosso pulmão funciona como uma esponja, ele vai e volta. Nesses casos, o paciente perde isso e entra na categoria que precisa de uma UTI para respirar"

Cilea Martins

Médica pneumologista
Médica pneumologista Cilea Martins
Médica pneumologista Cilea Martins Crédito: Reprodução/TV Gazeta

A médica utilizou imagens para explicar o efeito do vírus no pulmão. A parte preta é onde o órgão está em pleno funcionamento, cumprindo a capacidade respiratória. Já as partes em que aparecem manchas brancas, é onde acontece a ocupação dessa parte funcional e prejudica a respiração do paciente.

“Quando você tem o coronavírus, ele vai fazendo esses flocos de infiltração. Você vê que tem algumas áreas que quando o pulmão está bem, ele fica preto. Quando você vê esses flocos brancos, eles são chamados infiltrados. É como se alguém invadisse aquela área. Nessa área não está havendo troca de oxigênio. Não é feito aquele movimento do gás carbônico saindo e do oxigênio entrando”, explicou.

RESPIRADORES

Na noite deste domingo (29), uma carga de 50 respiradores chegou ao ES. A informação foi divulgada pelo governador Renato Casagrande nas redes sociais. Segundo o governador, o lote faz parte dos equipamentos que vão estruturar a rede estadual de saúde preparada para receber pacientes com o novo coronavírus.

Ainda de acordo com Casagrande, o governo está trabalhando para adquirir outros aparelhos e totalizar 300 leitos de UTI voltados para contaminados com a Covid-19 no Espírito Santo.

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