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Publicado em 21 de novembro de 2025 às 14:27
A decisão do governo dos Estados Unidos de retirar a tarifa de 40% imposta a mais de 200 produtos do agro brasileiro, anunciada na quinta-feira (20), trouxe alívio para alguns setores que têm o país comandado por Donald Trump como um dos principais destinos das suas mercadorias. Nesse grupo, estão produtores de café, carne bovina e gengibre, entre outros produtos exportados aos EUA.>
A medida da Casa Branca foi publicada uma semana após o governo de Donald Trump suspender a taxa de reciprocidade de 10% sobre 200 mercadorias, impostas a diversos países. Nessa lista estavam também produtos do agro, como café e carne.>
Mas as tarifas impostas pelos Estados Unidos ainda afetam grande parte dos produtos brasileiros, que seguem recebendo taxas de 40% a 50% para entrar no país norte-americano. São os casos do café solúvel e do pescado, que têm grande parte das exportações capixabas destinadas aos EUA. Entram na lista ainda o aço, o alumínio e as rochas naturais.>
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A Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics) diz lamentar profundamente que o produto brasileiro tenha sido mantido na lista de sujeitos à taxa adicional de 40%, que sobe para 50% quando somada aos 10% de tarifas recíprocas também aplicadas. >
Segundo a entidade, os EUA sempre foram o mercado mais tradicional para o café solúvel do Brasil, uma parceria que remonta à década de 1960. Em 2024, o produto nacional correspondia a 38% das importações totais norte-americanas.>
O setor afirma ainda que, desde a implementação das tarifas, em agosto deste ano, tem enfrentado impactos severos, incluindo uma queda abrupta de mais de 52% no volume dos embarques de café solúvel do Brasil para os Estados Unidos. >
"A perda de competitividade é tamanha que, pela primeira vez na história, as estatísticas de outubro revelaram que os EUA deixaram de ser o primeiro destino do produto brasileiro, com a Rússia assumindo essa posição. O mercado americano, que gera aproximadamente US$ 200 milhões anuais e representa cerca de 20% do volume total das exportações brasileiras de solúvel, corre o risco iminente de substituir permanentemente o café brasileiro por produtos de outras origens", aponta.>
Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, a decisão do governo americano de remover a tarifa de 40% a 238 produtos agrícolas brasileiros é avanço concreto na renovação da agenda bilateral e condiz com papel do Brasil como grande parceiro comercial dos Estados Unidos.>
“Vemos com grande otimismo a ampliação das exceções e acreditamos que a medida restaura parte do papel que o Brasil sempre teve como um dos grandes fornecedores do mercado americano”, afirmou Alban.>
Já a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) avalia como muito positiva a decisão anunciada pelo governo dos Estados Unidos. A entidade afirma que a retirada da taxação de 40% representa um avanço importante rumo à normalização do comércio bilateral, com efeitos imediatos para a competitividade das empresas brasileiras envolvidas. Diz ainda que sinaliza um resultado concreto do diálogo em alto nível entre os dois países.>
Ao mesmo tempo, a Amcham reforça a necessidade de intensificar esse diálogo entre Brasil e Estados Unidos para estender a eliminação dessas sobretaxas aos demais produtos ainda impactados — com destaque para bens industriais — e aprofundar a cooperação bilateral em temas de interesse mútuo.>
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