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Supermercados do ES preveem que arroz continue mais caro até 2021

Supermercados do ES preveem que arroz continue mais caro até 2021

Importação de grãos deve reduzir risco de escassez no mercado nacional, mas não deve conter preços ao menos até o próxima colheita. Risco de desabastecimento de óleo de soja também é uma preocupação do setor

Publicado em 14 de setembro de 2020 às 09:35

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Grãos de arroz
Grãos de arroz: produto está escasso no mercado nacional. (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Ao contrário do preço do leite e derivados, que deve cair nas próximas semanas à medida que chegar o período de chuvas, o arroz deve seguir em alta por mais algum tempo. O grão, cujo preço do pacote de 5 kg já ultrapassa os R$ 20 e beira R$ 30 em alguns supermercados, até deve se estabilizar até o próximo mês, mas tende a seguir o mesmo patamar de valor ao menos até o início de 2021.

A avaliação é do presidente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), João Falqueto, que mesmo após a permissão do governo para importação do grão afirma com todas as letras: "O consumidor não vai voltar a comprar arroz neste ano do preço que era antes, de R$ 13 a R$ 15".

A expectativa de Falqueto é que o preço só comece cair a partir da chegada da próxima safra de arroz nos mercados, o que acontece entre janeiro e fevereiro. "Antes da nova colheita não virá redução, então o preço deve ficar alto até o início do ano que vem. Mesmo agora com a importação, esse grão também vai chegar caro por vir em dólar".

A ameaça de desabastecimento do mercado interno, no entanto, deve ficar para trás com a autorização do governo para importação de 400 mil toneladas de arroz com imposto zerado. Só o anúncio já começou a trazer efeitos. "Desde quinta os fornecedores deixaram de limitar uma cota de compra de arroz por causa desse grão importado que virá para competir com eles", comentou o presidente da Acaps.

Hoje, o produto que mais preocupa o setor do Espírito Santo é o óleo de soja, que acumula uma alta de aproximadamente 50% até agora e tende a subir mais. De acordo com Falqueto, os supermercados capixabas possuem óleo em seus estoques, mas em baixa quantidade. Há, inclusive, unidades no Estado limitando a quantidade que o cliente pode comprar para evitar desabastecimento.

Aspas de citação

Percentualmente, o óleo subiu mais e também nos preocupa mais agora. Tem supermercado limitando a quantidade que o cliente pode comprar para evitar ficar sem estoque rapidamente. A indústria nacional deu um breque na produção de óleo de soja e agora se comprometeram a produzir com certa normalidade. Mas, com isso, o estoque de óleo reduziu muito e não tem chegado para a gente na mesma proporção que temos vendido. Os estoques dos supermercados não estão cheios como antes

João Falqueto
Presidente da Acaps
Aspas de citação

O preço da carne de boi, segundo Falqueto, também tende a seguir no patamar atual em função da maior demanda do mercado externo, que está exportando mais carne bovina do Brasil, o que acaba refletindo no mercado interno. "O preço do boi vem reagindo nos últimos 12 meses e deve se estabilizar nisso mesmo. Já o leite deve se normalizar, porque estamos no finalzinho da entressafra e, a partir de quando voltar a chover, começa a melhorar o preço".

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