A Rodosol está negociando a venda do sistema de pagamento automático de pedágio da Via Expressa para a Sem Parar, empresa do Centro de Gestão de Meios de Pagamento (CGMP). Um parecer favorável, inclusive, já foi emitido pela Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Atualmente, a Rodosol utiliza uma infraestrutura mais antiga, baseada em frequência de 5,2 GHz. O sistema da Via Expressa cuja cobertura se restringe às praças de pedágio da Rodovia do Sol, no km 30, em Guarapari, e da Terceira Ponte é incompatível com o utilizado em outras rodovias do país e inviabiliza que outras empresas disponibilizem seus serviços na rodovia.
A fim de estabelecer um padrão para pagamento automático em rodovias do Estado, o sistema deverá ser substituído por equipamentos com antenas de 915 MHz, conforme a Resolução n. 39, da Agência de Regulação de Serviços Públicos (ARSP), publicada em 19 de maio deste ano.
À época, a ARSP informou que "a medida permite que os motoristas utilizem o mesmo equipamento (TAG) para pagar a tarifa de pedágio na Terceira Ponte, na Rodovia do Sol, na BR 101 onde a Sem Parar já atua e em demais praças de todo o país". Ou seja, pode facilitar a vida do usuário.
Uma vez que os equipamentos com frequência de 5,8 GHz sejam retirados das cabines de pedágio, o serviço Via Expressa será descontinuado. A previsão é que isso ocorra cerca de 12 meses após a entrada em vigor da Resolução n. 39/ 2020, da ARSP. Ou seja, até maio de 2021.
O processo de venda do sistema de pagamentos automático para a Sem Parar ainda não está 100% finalizado, segundo a Rodosol.
Procurada pela reportagem, a concessionária esclareceu que aguarda a finalização do processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que já emitiu parecer inicial favorável, para que o Sem Parar possa realizar ações visando a migração dos clientes Via Expressa para sua base de dados, ampliando as possibilidades de uso do serviço para praças de pedágio, estacionamentos de shopping, combustível e drive-thru em todo o Brasil, além dos pedágios do trecho concessionado da Rodovia do Sol.
Com a mudança, a Rodosol irá voltar sua atuação exclusivamente à exploração da rodovia, deixando o pagamento automático para as empresas que prestam este serviço como sua atividade principal.
Uma das diferenças é que, atualmente, com a Via Expressa, o TAG é instalado gratuitamente, somente sendo cobradas dos usuários as passagens efetuadas pelas vias. Já o Sem Parar possui diferentes planos, pré ou pós-pagos, que, além da tarifa do pedágio, podem envolver cobranças como assinatura mensal ou no mês em que usar o serviço, taxa de adesão ou cobrança por inatividade, por exemplo.
Uma vez finalizada a operação de venda, a CGMP poderá prospectar a base de clientes da Via Expressa, a fim de migrá-los para o serviço de pagamento automático Sem Parar.
O consumidor não será obrigado a migrar para o Sem Parar, mas, segundo o Cade, durante a vigência do contrato, a CGMP poderá realizar ações como envio de etiquetas eletrônicas do serviço, realização de ações de venda expressa (abordagem dos usuários da Rodosol nas cabines de pagamento manual), panfletagem, instalação de pontos de venda em espaços cedidos pela Rodosol e abordagem de clientes por ações de televendas ou internet.
Além disso, com a instalação das novas antenas em tecnologia de 915 MHz nas duas praças de pedágio da Rodosol, será permitida a atuação das empresas concorrentes da Sem Parar, que também ofertam meios de pagamento de pedágios.
No trajeto capixaba da BR 101, administrado pela Eco101, por exemplo, todas as praças operam com arrecadação automática em tecnologia de 915 MHz e aceitam TAGs de todas as operadoras de serviços de arrecadação habilitadas. Os usuários que trafegam pelas duas vias e já contam com algum serviço de pagamento automático de pedágio não precisarão migrar para o Sem Parar.
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