Publicado em 13 de março de 2020 às 15:39
Os impactos do coronavírus parecem estar se aproximando de maneira mais efetiva do Espírito Santo. Na saúde, duas pessoas já foram confirmadas com a doença em território capixaba. Na economia, empresas estão começando a mudar suas rotinas e a de seus empregados. Uma das empresas é a Vale. >
A gigante do setor de mineração emitiu um comunicado na noite desta quinta-feira (12) informando que pode ter que vir a adotar medidas de contingência ou eventualmente suspender as operações em todo o mundo. Tal paralisação poderia afetar o dia a dia e o trabalho de cerca de 20 mil pessoas e mais de 100 empresas.>
Pela Vale circulam diariamente cerca de 10 mil. Lá não tem só a usina de pelotização, tem porto, ferrovia e em qualquer paralisação o retorno passa a ser muito difícil. Nós acreditamos que essa crise é transitória estudos demonstram que o período de maior cuidado dura uns quatro meses, avalia o gerente de Petróleo e Gás da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Durval Vieira de Freitas. >
Se 10 mil empregados trabalham diariamente na empresa, o número de pessoas que fazem parte da cadeia de operação é ainda maior chega a 20 mil, incluindo quem tem relações com as empresas prestadoras de serviço, comenta Freitas.>
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Uma fonte do setor, que preferiu não se identificar, disse que são mais de 100 empresas trabalhando diretamente com a Vale. Do ponto de vista de arrecadação, o impacto de uma paralisação da Vale não seria tão grande. O maior problema são os empregos são mais de cem empresas envolvidas no dia a dia, comentou.>
Procurada para comentar os possíveis impactos para o Estado, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento limitou-se a enviar uma nota. "A Secretaria de Desenvolvimento monitora atentamente a situação de todos os setores produtivos em relação ao coronavírus, e ainda aguarda os resultados da economia referentes ao primeiro trimestre para melhor análise do cenário.>
No mesmo comunicado em que a Vale informou sobre a possibilidade de adotar medidas de contingência e até de paralisar a operação, a empresa afirmou que até o momento não havia sofrido qualquer impacto material com relação ao coronavírus.>
Não sofremos qualquer impacto material com relação ao coronavírus em nossas operações, logística, vendas ou situação financeira, assim como nenhum de nossos empregados foi testado positivamente para a infecção, informa.>
A Vale ainda informou que foram criados comitês técnicos de crise para gerir as ações resultantes do coronavírus, que as viagens de negócios e eventos não-essenciais foram canceladas ou postergadas e que onde existem mais casos da doença a empresa implementou a rotina de trabalho remoto. >
O economista-chefe da Apex Partners, Arilton Teixeira, avalia que a determinação de férias coletivas pode ser uma saída para a Vale caso uma paralisação das atividades seja mesmo necessária. >
Demissões, mesmo, só devem acontecer se um cenário bem negativo se prolongar por muito tempo. Hoje não é o caso, comenta.>
Arilton Teixeira
Economista-chefe da Apex PartnersAinda que a própria empresa tenha citado a possibilidade de paralisação, fontes do setor acreditam que a empresa deverá continuar operando normalmente, ou com uma pequena redução, sem afetar muito os trabalhadores e terceirizados.>
Acredito que a possibilidade de paralisação é baixa e só deverá acontecer em algum caso extremo. A China vai voltar a produzir e, para isso, vai precisar de minério para fabricar o aço. Sem aço toda a economia para, diz Durval Vieira.>
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