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Investimentos: o que fazer com a bolsa de valores em queda livre?

Investimentos: o que fazer com a bolsa de valores em queda livre?

O momento é de incertezas tanto para quem já é investidor quanto para quem pretende investir em renda variável. Ibovespa chegou a ficar abaixo dos 100 mil pontos nesta sexta-feira (28)

Publicado em 28 de fevereiro de 2020 às 18:44

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Coronavírus tem feito bolsas de valores cair ao redor do mundo. (Pixabay)

O primeiro mês do ano foi de grandes alegrias para os investidores. Cenário positivo no horizonte, Ibovespa se aproximando dos 120 mil pontos e promessas de reformas importantes serem enviadas pelo governo federal para o Congresso Nacional. Pouca gente imaginava que dentro de 30 dias a visão já seria tão diferente.

O coronavírus assustando o mercado internacional, crise entre os Poderes e reformas administrativa e tributária travadas. Não por acaso, o índice da bolsa de valores brasileira B3, que estava perto dos 120 mil pontos, chegou aos 99.950 nesta sexta-feira (28) e fechou o dia em 104.171 pontos.

Na quarta (26), o Ibovespa caiu 7%. Depois, na quinta, o recuo foi de 2,6%. Já nesta sexta o índice teve uma leve recuperação de 1,15% sob influência de declaração do Banco Central dos Estados Unidos. A seta, porém, continua apontando para baixo.

Diante desse cenário, a dúvida de todo investidor - ou mesmo de quem pretende investir - é qual o melhor comportamento a adotar.  A Gazeta ouviu especialistas em investimentos que elegeram uma dica central para o momento: cautela.

104.171 pontos
foi a pontuação da bolsa de valores no fechamento desta sexta (28)

“Para quem já tem uma carteira formada não é hora de fazer nada. É melhor manter porque a expectativa é de melhoria para os próximos meses. Já para quem está pensando em investir, é melhor ter precaução, porque não havendo mesmo a expectativa de melhoria, não se sabe até onde a bolsa continuará caindo”, ressalta Eduardo Akira, sócio da Vero Investimentos, que ainda pontuou:

Aspas de citação

Não é o momento de bancar o herói e querer investir muito com a bolsa em baixa para vender depois na alta. A chance de uma pessoa comum errar o tempo da negociação é muito grande

Eduardo Akira
Sócio da Vero Investimentos
Aspas de citação

Se ainda assim as pessoas desejarem investir em ações, Akira recomenda evitar as de empresas de turismo, companhias aéreas, petroleiras e mineradoras. “Essas são áreas que o consumo está diminuindo por conta da desaceleração da China provocado pelo coronavírus. Os papeis desses setores são evitáveis”, analisou.

Mas, mesmo com todos esses alertas, o investimento na bolsa de valores e demais opções de renda variável continuam sendo as mais vantajosas no mercado. “Com os juros baixos no Brasil, os investidores ficam sem muitas opções. Por mais que a bolsa tenha caído, o prêmio dela ainda é maior que a renda fixa”, destaca Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos.

“A renda fixa está baixa e deve continuar assim por, pelo menos, mais 18 meses. A taxa Selic está em 4,25% e ainda não está excluída uma nova redução na próxima reunião do Copom [Comitê de Política Monetária]", acrescentou Franchini.

COMO REDUZIR O RISCO DE PERDAS

De acordo com Akira e Franchini, um investimento feito na bolsa de valores deve ser pensado no médio e longo prazos. Fazendo isso, é possível reduzir consideravelmente o risco de perdas.

“É importante que o investidor não se ‘afobe’ com os estresses pontuais. Eles são comuns. Por isso que é importante colocar o dinheiro sem esperar um retorno curto. Se o investidor for precisar do dinheiro em breve, a bolsa não é tão indicada”, comenta Franchini.

Para eles, o investidor brasileiro ainda está se acostumando a deixar o dinheiro na bolsa de valores. “Em outubro, novembro, muita gente saiu da renda fixa e passou a investir na bolsa. Por não estar acostumado com essa volatilidade ele pode se assustar e fazer o resgate, mas esse é um caminho para perder dinheiro”, explicou.

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Apesar dos riscos apresentados e do momento de cautela tanto Akira quanto Franchini apostam na recuperação do mercado e da valorização da bolsa de valores em breve, a depender sobretudo do controle do coronavírus.

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