Publicado em 10 de janeiro de 2020 às 06:00
A chegada de grandes lojas de varejo no Espírito Santo, como a Leroy Merlin, do setor da construção civil, e a Petz, voltada para o mercado de animais de estimação, somada aos planos de expansão no Estado das Lojas Americanas e do Magazine Luiza, está travando uma guerra com o comércio local. Essas grandes varejistas prometem brigar pesado com as empresas que já estavam instaladas por aqui para fidelizar o consumidor capixaba. >
Prometendo melhores preços, serviços diferenciados, facilidades na entrega e possibilidade de encontrar diversos produtos em um só local, as gigantes do varejo estão forçando as companhias locais a se movimentar para não perder fatia do mercado.>
Entre as empresas que estão de olho no mercado capixaba está a norte-americana Amazon, que avalia instalar um Centro de Distribuição (CD) no Espírito Santo e que lançou recentemente um serviço para entrega em até dois dias. Também com foco no digital, um CD da Americanas e da B2W deve ser construído em 2020 no Estado com a promessa de distribuição em até 24 horas.>
Nas vendas físicas, a chegada da Leroy Merlin em Vitória, em dezembro, também já tem exigido a reação da concorrência local. Já o Magazine Luiza, até hoje sem atuar em terras capixabas, quer ter pontos de vendas por aqui em parceria com marcas como a Marisa.>
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Se para as empresas tradicionais essa ofensiva capixaba das grandes varejistas preocupa, para os consumidores a notícia é pra lá de boa. E os motivos são vários: desde uma entrega mais rápida até uma possível redução nos preços dos produtos. >
Essas grandes empresas quando se instalam mudam a dinâmica do comércio local e acirra a concorrência. Para o cliente é muito bom, porque ele ganha mais opções de compra e, com a lei da oferta e da procura, o preço dos produtos tende a cair, explicou o professor de empreendedorismo da UVV Rafael Galveas. >
O que os empresários locais precisam fazer para não perder sua importância no mercado é investir em marketing de relacionamento e personalização dos serviços. É preciso conhecer o cliente, dar um atendimento diferenciado, oferecer facilidades na prestação de serviço. Enfim, agregar valor aos produtos que são vendidos, acrescentou.>
Conhecendo o cliente, por exemplo, é que o empresário conseguirá dizer se será vantajoso manter o estabelecimento aberto por mais tempo ao longo do dia e se podem ser adicionados outros serviços ao que já é oferecido regularmente.>
O presidente em exercício da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES), João Elvécio Faé, vê a chegada de novas empresas como benéfica até mesmo para os comerciantes que já atuam na região.>
O comerciante local sempre aprende muito com essas novas lojas, principalmente em termos de modernidade. Há muitos anos, quando o Bom Preço veio para a Grande Vitória, todos os supermercados deram um salto gigante na qualidade das lojas, lembrou. >
Além disso, essas empresas precisam de muitos funcionários, o que aumenta o poder aquisitivo das famílias da nossa região, completou Faé.>
O economista Eduardo Araújo destacou que durante a recente crise econômica algumas empresas do setor varejista precisaram fechar as portas. Agora as empresas que conseguiram permanecer no mercado tendem a aproveitar esse novo ciclo.>
O nível de otimismo dos empresários está bem elevado - os patamares são semelhantes aos de 2010, antes da crise. Se nenhum fator externo atrapalhar, a gente tende a aumentar o nível de emprego e consumo, mantendo mercado tanto para as empresas que chegam quanto para as que já estão instaladas no Estado, concluiu Araújo.>
Tal positivismo também deve chegar ao Espírito Santo. Estamos esperando investimentos este ano na Grande Vitória, Cachoeiro de Itapemirim, Linhares, Guarapari. Existem contatos de lojas locais como Carone e Extrabom, e outras de fora, revelou João Elvécio Faé. >
O cenário econômico otimista previsto para 2020 - com a manutenção dos juros baixos, aumento de investimentos, geração de empregos e consequente aumento do poder de compra das famílias - pode ser muito bem aproveitado pelas redes varejistas. Na bolsa de valores, por exemplo, as ações dessas companhias têm sido recomendadas como boa opção de investimento, tendo em vista a tendência de crescimento do setor. >
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