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Publicado em 12 de julho de 2022 às 17:59
As investigações que resultaram na prisão do ex-secretário de Estado da Fazenda Rogélio Pegoretti Caetano Amorim, na manhã desta terça-feira (12) durante a Operação Decanter, começaram em 2020, enquanto ele ainda estava no cargo. No entanto, a suspeita de envolvimento de Rogélio em uma fraude milionária na comercialização de vinho só surgiu depois que ele deixou o cargo. Em um primeiro momento, segundo informações do Ministério Público Estadual, as investigações estavam direcionadas para as empresas que teriam participação no esquema. >
Rogélio foi secretário da Fazenda de janeiro de 2019 a agosto de 2021, quando pediu exoneração do cargo, alegando questões pessoais. Sem citar diretamente o nome de Rogélio, o promotor Luís Felipe Scalco, um dos coordenadores da investigação, contou que “o período da fraude fiscal coincide com o período que o agente público (preso) estava na função”.>
Coordenada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e pela Secretaria da Fazenda (Sefaz), a investigação identificou prejuízos de R$ 120 milhões aos cofres estaduais. De acordo com a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), Rogélio já se encontra detido no Centro de Detenção Provisória de Viana 2.>
Os órgãos ligados à investigação não divulgaram para a imprensa os nomes dos suspeitos de envolvimento na fraude. Mas a reportagem de A Gazeta conseguiu identificar os nomes dos presos na operação. Além do ex-secretário da Fazenda Rogelio Pegoretti, a lista inclui os empresários Ricardo Lucio Corteletti, Otoniel Jacobsen Luxinger, Wagney Nunes de Oliveira e Hugo Soares de Souza. Duas pessoas, ainda não identificadas pela reportagem, estão com mandado de prisão em aberto: uma está foragida e outra está em viagem.>
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A reportagem tenta localizar a defesa dos presos na operação e mantém o espaço aberto para que todos possam se pronunciar.>
Durante o cumprimento dos mandados, expedidos pelo Juízo da 6ª Vara Criminal de Vila Velha, foram apreendidos R$ 135.650,00 e EU$ 545 em espécie e R$ 38.944,00 em cheques, de acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, responsável pela investigação.>
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a suposta organização criminosa era composta por empresários, contadores, “laranjas” e agentes públicos, com atuação voltada à prática de fraudes fiscais.>
Além do enriquecimento ilícito dos integrantes da organização criminosa (os empresários sonegam em torno de 25% do ICMS devido, enquanto os contadores e intermediários responsáveis pelas operações simuladas recebem comissões em torno de 4% do valor de cada nota fiscal), o esquema, de acordo com o MPES, vem gerando prejuízo à livre concorrência e à economia como um todo, já que os empresários que cumprem suas obrigações tributárias não conseguem competir com os preços praticados pelos supostos sonegadores.>
Por fim, as investigações apontaram indícios substanciais de que agentes públicos receberam vantagens financeiras indevidas para resguardar os interesses dos empresários envolvidos no esquema.>
Participam da operação 38 policiais militares da Assessoria Militar do MPES, 6 auditores fiscais da Receita Estadual, 2 promotores de Justiça do Gaesf e 4 promotores de Justiça do Gaeco.>
Por nota, o governo do Estado informa que, por meio da Secretaria da Fazenda (Sefaz), participou das investigações que resultaram na “Operação Decanter”, deflagrada na manhã desta terça-feira (12/07). "Na oportunidade, reitera seu compromisso com a transparência, responsabilidade administrativa e o combate permanente a qualquer tipo de irregularidades", diz o texto da nota. >
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