Publicado em 22 de julho de 2020 às 13:16
O governo do Espírito Santo assinou nesta quarta-feira (22) o contrato de concessão com a nova companhia de distribuição de gás natural do Estado, a ES Gás, empresa que tem como sócios o próprio Estado e a BR Distribuidora. O novo modelo permite que a companhia inicie sua operação e tire do papel seus primeiros investimentos da expansão da malha de gás no território capixaba.>
A primeira ação será no Norte. De acordo com o governador Renato Casagrande, a empresa vai iniciar investindo em Linhares para construir um gasoduto de distribuição que ligará a Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC), no litoral do município, até a região industrial da cidade, levando gás para indústrias.>
O diretor-presidente da ES Gás, Heber Resende, explicou que o gasoduto terá cerca de 28 quilômetros e vai demandar um investimento de R$ 40 milhões, com prazo de implantação de aproximadamente 13 meses. A empresa já iniciou as conversas com o Bandes em busca de financiamento para o projeto. >
Hoje, já existe um gasoduto em Linhares que margeia a BR 101, mas ele não é conectado a UTGC. O gás é levado de forma comprimida de Cacimbas até esse duto por caminhões. Com a construção do gasoduto, além da maior eficiência, o custo na distribuição deve ser menor, sendo possível mais empresas e imóveis implantarem o gás. >
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Resende comentou ainda que como Linhares está se desenvolvendo aceleradamente, o fluxo de caminhões levando gás está aumentando muito, o que é mais custoso e também menos seguro. Por isso a decisão de começar por essa obra. A capacidade nominal passará a ser de 200.000 m³/dia e estima-se uma redução da movimentação de 4 carretas totalizando cerca de 140 viagens/mês de ida e volta.>
O presidente do Conselho de Administração da ES Gás, Márcio Félix, explicou que a interligação por dutos reduzirá a demora de 40 minutos no transporte. Ele destacou que o município é um dos maiores produtores de gás no Estado. "Como é um grande produtor de gás e ainda não tem essa ligação levando ao seu complexo industrial, nada mais justo que iniciarmos a ES Gás dessa forma, com esse investimento".>
Com a assinatura da concessão, os capixabas contam, a partir desta quarta com uma nova concessionária para a distribuição de gás natural canalizado. O contrato de concessão é o documento que transfere a gestão e a execução de um serviço público do poder concedente, neste caso o Governo do Estado, a uma concessionária a ES Gás. >
Ele prevê todas as condições para a exploração do serviço de distribuição do gás canalizado no Espírito Santo. Este contrato substitui o que foi firmado em dezembro de 1995, entre o governo do Estado e a BR Distribuidora.>
O Espírito Santo foi o primeiro Estado do país a criar um novo modelo de concessão de distribuição após a criação no ano passado do novo mercado gás. A concessão deve permitir que o Estado saia na frente na captação de investimentos e atração de empresas com o barateamento do preço do insumo. >
Isso será possível graças as novas regras previstas na concessão, que vai durar 25 anos, e vão promover uma maior concorrência no setor, como a criação da figura do consumidor livre, que vai permitir que as empresas comprem gás de qualquer fornecedor e não necessariamente da distribuidora, e do autoimportador, por exemplo, que permite comprar gás do exterior.>
Esses dois instrumentos estão previstos no contrato, mas ainda dependem de aprovação de projeto na Assembleia Legislativa (que será encaminhado na próxima semana) e da Lei do Gás, no Congresso Nacional. >
O contrato de concessão no Espírito Santo já abrange as novidades do marco regulatório, como o agente livre de mercado: o autoimportador, o autoprodutor, o consumidor livre, além da possibilidade de chamadas públicas. Enfim, inúmeras oportunidades que o mercado de gás oferece hoje e que não existiam há 25 anos. No contrato anterior, havia apenas a figura do usuário, fosse ele uma indústria, uma residência, um comércio. As especificidades e necessidades de cada um não eram consideradas, porque àquela época o mercado não havia se desenvolvido tanto nem havia uma legislação tão moderna, explicou Heber Resende. >
Outra funcionalidade prevista no contrato que a ES Gás fará uso no início de suas operações é a chamada pública para suprimento de gás natural, ou seja, sem a necessidade de comprar apenas da Petrobras. Esta ferramenta permite que a companhia receba propostas para tal suprimento, a fim de buscar as melhores condições para futuros contratos visando atender ao mercado, franqueando aos interessados nacionais ou internacionais a possibilidade de fornecimento.>
Para Casagrande, esse dia foi histórico não apenas para o Estado, mas para todo o país. Esse contrato coloca o Espírito Santo como o primeiro a assinar no Novo Mercado de Gás. Buscamos que o gás natural seja um instrumento do nosso desenvolvimento e que possamos atrair novos investimentos. As regras estabelecidas são modernas e já no mês que vem iremos lançar a chamada pública para a aquisição de gás, que antes só poderia ser realizada pela Petrobras, afirmou. >
A empresa criada, com controle do governo Estado e participação da BR, deve ser privatizada até o que vem pelas duas partes. O governo tem intenção de manter apenas uma pequena parcela de participação na empresa. >
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