Publicado em 12 de dezembro de 2020 às 12:56
Com a pandemia do novo coronavírus, a ceia de Natal deste ano deve ser um pouco diferente das demais. Além das orientações para evitar aglomerações durante as comemorações, o preço de muitos alimentos tradicionais da época tem aumentado nos últimos meses.>
Segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os principais itens da cesta natalina chegaram a encarecer 15,36% no país entre dezembro de 2019 e novembro deste ano quase quatro vezes a inflação média acumulada no período (4,63%).>
O estudo não considerou as carnes de peru e chester, mas destacou, entre os itens com sobrepreço, o frango (14,51%), lombo suíno (20,14%) e o pernil (30,55%). O bacalhau, que já tem um preço elevado normalmente, ficou 10% mais caro. O azeite, 9,72%. O arroz com ou sem passas subiu 62,08%.Já o vinho encareceu 3,94%.>
Diante deste cenário, chefs e economista deram dicas para preparar uma ceia de Natal saborosa, mas que seja econômica e pese menos no bolso. Eles mostram que com pouco dinheiro é possível celebrar.>
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Mas, antes de qualquer outro passo, é importante ter um planejamento. Os especialistas orientam para que os consumidores estabeleçam um cardápio, e quantas pessoas vão participar da refeição. Vale lembrar que a orientação das autoridades da área da saúde é para que as famílias evitem grandes reuniões. >
Independente disso, as pessoas tendem a comemorar de alguma forma. E tudo depende da renda da família, no final. Mas, em um momento de vacas magras, é possível fazer ajustes. Um deles é a divisão de despesas. Se você vai chamar os filhos, por exemplo, peça para que cada um leve alguma coisa. Assim não fica pesado para ninguém, observou o economista Mário Vasconcelos.>
Ele destaca que não vale se endividar para fazer uma refeição muito elaborada, que será consumida em poucas horas, mas aparecerá na fatura do cartão de crédito por vários meses.>
Nesse sentido, o economista orienta a fugir dos produtos importados, que normalmente compõe a mesa nesta época de comemorações. O dólar, afinal, tem estado em patamar elevado, e isso impacta diretamente no preço dos alimentos.>
A chef Ariela Brasil, do Marilda Brasil e do Manjar Ateliê Café, em Linhares, observa que, com a alta dos alimentos que atinge também muitos produtos de origem nacional , o ideal é apostar nas substituições. >
Na salada, invista em folhas e raízes, e deixe o chester ou o peito de peru defumado de lado. Se for incluir proteína, opte pelo frango desfiado.>
Em relação às frutas, a preferência deve ser pelas nacionais, e, especialmente, as frutas da temporada, como manga e abacaxi, que tendem a estar com preço mais barato. Além de poderem ser consumidas in natura, também podem servir de base para sucos e sobremesas.>
Ao escolher acompanhamentos, opte por aqueles que rendem mais, como as massas, que podem acompanhar molhos diversos.>
As opções de carnes e aves variam. O peru assado pode ser substituído por frango chester, ou mesmo por frango comum. Também vale a pena preparar carnes assadas, como lagarto, ou acém, para complementar.>
A chef Cleuza Costa, do Quintal 84, em Vila Velha, lembra que as carnes suínas como lombo, pernil, também têm preço mais barato, se comparadas às demais opções, e podem ser preparadas de formas diversas.>
"Neste ano, particularmente, até uma ceia vegetariana está mais cara. É hora de dar uma respirada e buscar produtos com um preço um pouquinho melhor. Ao invés de usar tâmara ou damascos, por exemplo, coloque a famosa uva passa. Deixe as amêndoas e substitua por castanha do Pará, por exemplo, uma coisa mais brasileira.>
Segundo Cleuza, é hora de fugir de produtos como cerejas e outras frutas vermelhas, amêndoas e castanhas, que não são tradicionais do país, e investir no que é produzido por aqui.>
A mesma lógica vale para as bebidas. Neste caso, porém, as opções variam de acordo com o gosto de quem vai participar. Vale apostar em sucos de frutas da estação, por exemplo, mas, se a opção é por bebidas alcóolicas, o ideal é procurar por alternativas mais baratas. Nada de vinho importado, por exemplo, se as condições não permitem. Há, inclusive, opções que vêm em garrafões para compartilhar com a família, e saem por um preço mais barato.>
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