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Com piora da pandemia, Petrobras adia manutenção de plataforma no ES

Com piora da pandemia, Petrobras adia manutenção de plataforma no ES

Empresa vai postergar a parada programada da P-58, atividade que exigiria aumentar o número de trabalhadores embarcados. Sindicato afirma que há um surto de Covid-19 na unidade, mas a companhia nega

Publicado em 30 de março de 2021 às 20:45- Atualizado há 3 anos

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Plataforma P-58 é a maior produtora de petróleo do litoral capixaba
Plataforma P-58 é a maior produtora de petróleo do litoral capixaba. (Divulgação/Agência Petrobras)

A Petrobras adiou a parada programada para manutenção do plataforma P-58, que opera no litoral Sul do Espírito Santo, por conta do agravamento da pandemia do coronavírus. Segundo o Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro), há um surto de casos de Covid-19 na unidade, o que a empresa refuta. 

O Sindipetro explicou que a parada estava agendada para abril e que, para fazer o procedimento, um navio fica ancorado ao lado da P-58 para que sejam feitos vários serviços, como pintura e troca de linhas e de equipamentos.

Dessa forma, de acordo com o sindicato, a população a bordo da plataforma chega a subir de cerca 120 e 130 pessoas para até 500 trabalhadores durante os serviços. As paradas programadas são usuais no setor de petróleo para manter os níveis de segurança e a vida útil das plataformas.

O Sindipetro, em publicação no site da entidade, afirmou que há um surto de Covid-19 na plataforma P-58. “Em meio a um surto de Covid-19, realizar essa parada, com tantos trabalhadores confinados, poderia ocorrer uma tragédia”. O número de casos não chegou a ser informado pelo sindicato.

A informação, porém, foi negada pela petroleira. Segundo a empresa, o adiamento da parada é apenas uma medida preventiva.

“A companhia decidiu pela postergação da parada de manutenção da unidade como medida preventiva, visando reduzir a exposição das equipes e fortalecendo assim o distanciamento e as barreiras sanitárias nesse momento de agravamento da pandemia de Covid-19 no país”, disse a Petrobras em nota.

O Sindipetro pede que, além da postergação da parada programada, haja paralisação dos trabalhos não essenciais, que ainda estão ocorrendo a bordo. A Petrobras, também questionada sobre o assunto, não comentou o tema.

A P-58 é um navio do tipo FPSO (unidade que produz, armazena e transfere óleo) fundeado no campo de Jubarte, no Parque das Baleias, e é a maior unidade de produção de petróleo e gás localizada no Estado. 

Nos meses de janeiro e fevereiro, o navio-plataforma produziu em média 108 mil barris de óleo equivalente (boe) diariamente, que é a soma da produção de petróleo e gás, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

AUMENTAM CASOS EM PLATAFORMAS PELO PAÍS

Os casos de coronavírus em plataformas de produção de petróleo têm crescido no país. Na semana passada, em apenas um dia, foram confirmados 83 casos em unidades marítimas segundo dados da ANP coletados pela Federação Única dos Petroleiros (FUP).

Já a ANP montou um painel com dados de casos de Covid-19 em unidades de exploração e produção terrestres e marítimas, que já passam de 5 mil desde o início da pandemia. O ritmo de crescimento se intensificou de janeiro para cá, quando também houve uma piora da pandemia no país. Os dados não são especificados por Estado.

Só na Petrobras, segundo boletim do Ministério de Minas e Energia divulgado na segunda, atualmente são 300 profissionais com diagnóstico positivo de Covid-19 e em quarentena, 17 pessoas hospitalizadas e 17 mortes. Foi a sexta semana consecutiva de crescimento no número de casos, segundo a Federação.

De acordo com a FUP, o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), filiado à federação, entrou com requerimento no Ministério Público do Trabalho (MPT) para que a Petrobras seja notificada e preste esclarecimentos sobre o avanço da Covid-19 em unidades de exploração e produção da empresa.

A Petrobras informou adotar procedimentos robustos em todas as suas unidades desde o início da pandemia. "Para unidades com confinamento, como plataformas, os procedimentos envolvem monitoramento de saúde desde 14 dias antes do embarque, quando os todos os colaboradores são acompanhados por equipes de saúde e orientados a ficar em casa e reportar qualquer sintoma. Antes do embarque são aplicados testes RT-PCR nos colaboradores", destacou.

* Com agências

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