Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 19:11
Cooperativas que trabalham com produtores de leite no Sul do Estado, região que foi fortemente afetada pelas chuvas no último final de semana, descartaram a possibilidade de desabastecimento ou mesmo de aumento no preço do produto no Espírito Santo. A possibilidade chegou a ser levantada na tarde de segunda-feira (21), após o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) divulgar que a produção leiteira foi quase toda perdida.>
Na avaliação de João Marcos Machado, presidente da Selita - maior cooperativa da região -, as perdas foram pontuais para os produtores de leite. Nossa captação gira em torno de 300 mil litros de leite por dia, então o volume perdido é pequeno. Nada que influencie preço ou desabastecimento, comentou.>
Já Rolmar Botecchia, presidente da Cooperativa de Laticínios de Alfredo Chaves (Clac), disse que a perda na produção chegou a 90 mil litros de leite. A gente não está conseguindo chegar para pegar o leite de alguns produtores. Várias estradas ainda estão interditadas. Tivemos três dias de perda total da produção, mas esta semana já vai começar a normalizar, disse Botecchia. Apesar do cenário, ele também não acredita que vá haver desabastecimento, ou aumento de preço. >
O técnico do Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) Abner Castelão explicou que a região Sul tem uma bacia leiteira muito forte, representando algo em torno de 60% da produção estadual. Mesmo que os consumidores não sintam de imediato os impactos, segundo ele os impactos das fortes chuvas devem continuar sendo sentidos ao longo do ano.>
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Esse é um período em que, normalmente, o produtor junta comida para a época de seca - lá pra julho e agosto. Como o pasto e plantações de milho, usado para silagem, se perderam, o produtor pode ter dificuldade para alimentar os animais no período sem chuvas, explicou.>
O secretário municipal de Agricultura de Vargem Alta, Amarildo José Sartóri, disse que, aos poucos, a situação vai começando a se restabelecer. A gente está tentando liberar o acesso às comunidades. Certamente houve perdas porque o pessoal ficou sem energia e não conseguiu manter o leite resfriado, comentou. >
Sem citar dados, Sartóri disse que a produção leiteira é bastante significativa no município, mas que outras culturas também sofreram muito com as chuvas. A gente tem plantações de abacate, banana e café que se perderam por causa de deslizamentos, afirmou.>
Já o prefeito de Alfredo Chaves, Fernando Lafayette, onde a produção leiteira é importante, disse que a situação deve demorar ao menos 30 dias para voltar ao normal. Nós estamos tentando liberar as passagens. Estamos fazendo desvios, só que não é qualquer carro que consegue passar. Antes de 30 dias não deve se normalizar, avaliou. >
Os alertas de chuvas fortes no Espírito Santo têm levado apreensão também para produtores do Norte do Estado. O diretor da Veneza Lácteos, que fica em Nova Venécia, disse que até o momento as chuvas na região só foram benéficas para os produtores. >
Tem alerta de chuva forte para quinta-feira, sexta-feira Isso seria um desastre para a gente. Não tive muito contato com o pessoal do Sul, mas, por experiência, um volume de chuva como o que teve lá deve prejudicar bastante a produção, comentou. >
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