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BR 262: Obras de contenção em trecho crítico só no 6º ano da concessão

BR 262: Obras de contenção em trecho crítico só no 6º ano da concessão

O trecho entre Viana e Domingos Martins, onde ocorrem frequentemente deslizamentos e rolamentos de pedras, será o primeiro a ser contemplado com intervenções

Publicado em 11 de agosto de 2020 às 20:24

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Interdição em trecho da BR 262, no Espírito Santo
Interdição em trecho da BR 262, no Espírito Santo. (Divulgação | DNIT)

O plano de outorga da BR 262 prevê 70 obras de contenção de encostas em vários pontos entre Viana e a divisa com Minas Gerais. As intervenções são, há muito tempo, aguardadas pelos capixabas, já que o deslizamento de terra e rochas coloca em risco os motoristas e é causa frequente de interrupção do tráfego na rodovia.  Mesmo com a concessão, essa espera ainda vai continuar, já que a previsão é de que as obras em um trecho crítico da rodovia no Espírito Santo comecem somente no sexto ano de contrato.

No fim do ano passado, quando um forte temporal atingiu várias regiões do Estado, a BR 262 foi muito afetada. Em uma semana de novembro foram registrados 52 deslizamentos de terra em um trecho de 15 quilômetros – do Km 22 em Viana ao Km 37 em Domingos Martins.

IMAGENS FEITAS EM 2019

Em março deste ano, por conta de mais um temporal, vários pontos do mesmo trecho foram novamente interditados por conta de quedas de barreiras, de árvores e outras interdições. O mesmo aconteceu entre julho e agosto.

Obras de recuperação da BR-262 em trechos afetados pelas chuvas do fim de 2019 e início de 2020
Obras de recuperação da BR-262 em trechos afetados pelas chuvas do fim de 2019 e início de 2020. (Luciney Araújo)

Esse é justamente o trecho que deve ser contemplado primeiro pelas obras de contenção previstas no plano de outorga, que foi divulgado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) nesta segunda-feira (10).

Contudo, o cronograma aponta que as estruturas só precisarão ser construídas no sexto ano de concessão. Isso significa que, caso a empresa concessionária seja selecionada até o ano que vem, como espera o governo federal, as intervenções só ficarão prontas no fim de 2026.

Segundo o mestre em geotecnia e consultor do setor, Rodrigo de Andrade Machado, esse processo de erosão dos barrancos é natural, mas tem que ser controlado por conta dos riscos aos usuários da rodovia.

“De tempos em tempos, conforme ocorrem períodos chuvosos e mudanças sazonais, essas encostas sofrem processo natural de degradação. Com isso, elas perdem estabilidade e muitas delas acabam escorregando para dentro da rodovia. Risco não é só de interdição, mas de cair em cima de um veículo em movimento”, explica.

DNIT FAZ OBRAS EMERGENCIAIS

No momento, o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) executa obras emergenciais de contenção nesses locais. Segundo o órgão, está sendo utilizada a técnica de grampeamento de solo, que consiste na inserção de barras metálicas na encosta para impedir que ela deslize.

“Manutenção emergencial tem que ser feita constantemente através de monitoramento. Na BR 262, isso é bem acentuado por conta do relevo e da topografia. É uma região montanhosa, então é um relevo acidentado. É uma rodovia difícil e acaba que a obra fica mais cara”, explica do especialista.

Ele esclarece que o método de solo grampeado mantém a configuração natural do relevo, mas é uma proteção mais superficial.

OBRAS EMERGENCIAIS DEVEM FICAR PRONTAS NO FIM DE AGOSTO

As obras do Dnit, que deveriam ser concluídas nesta terça-feira (11), só devem terminar no fim da terceira semana deste mês.

Em nota, o departamento esclareceu o motivo para a mudança na previsão de conclusão das obras emergenciais na BR 262. "As fortes chuvas que caíram na região, no fim do mês de julho, resultaram em alguns serviços que precisaram ser refeitos e, assim, atrasaram o término de algumas obras. Desta forma, a nova previsão é até ao fim da terceira semana de agosto", afirmou.

PLANO DE OUTORGA PREVÊ MÉTODO DIFERENTE

Já o método de contenção previsto para a concessão da BR 262 é o de cortina atirantada. Nesse caso, além de colocar barras de ferro dentro da encosta, é construída uma estrutura de concreto que “puxa” essas barras.

“O processo é parecido, porque tem perfuração do material e colocação de barras de fero. A diferença é que no método de parede atirantada é projetado na face do talude uma estrutura que aplica no ferro uma força de tração. Esse ferro fica tracionado”, diz.

OBRAS DE CONTENÇÃO ATÉ 21º ANO DE CONCESSÃO

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Embora o primeiro trecho que receberá obras de contenção esteja previsto para o sexto ano de concessão da rodovia, outros 12 pontos também devem ser contemplados. O cronograma prevê intervenções até o 21º ano de concessão.

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