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Ômicron: entenda por que máscara de pano não é ideal e saiba quais usar

Ômicron: entenda por que máscara de pano não é ideal e saiba quais usar

A orientação para o uso de máscara é a mesma desde o início da pandemia. Mas com a evolução de novas variantes, a escolha do modelo ganhou relevância

Publicado em 8 de janeiro de 2022 às 20:15

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Uso de máscara em locais públicos deve continuar por um bom tempo
Máscara cirúrgica é uma das que protegem contra o coronavírus. (Freepik)
Ômicron: entenda por que máscara de pano não é ideal e saiba quais usar

Ao menos uma certeza permanece desde o início da pandemia: o uso de máscaras continua sendo um meio essencial de proteção contra o coronavírus. Mas quase dois anos depois da chegada do vírus ao Brasil, a indicação do modelo ideal mudou. Isso acontece pela evolução das variantes - a Ômicron é a última delas, se transmite em maior velocidade. Nas palavras de infectologistas, o uso do equipamento é essencial, mas é ainda mais importante escolher bem qual tipo usar, observando o material, a duração e a qualidade do item. Considerando o momento atual, a prioridade são os modelos PFF2 e N95.

A nova mutação, considerada pela Organização Mundial de Saúde como variante de preocupação, exige o uso de máscaras mais seguras. Segundo especialistas consultados por A Gazeta, é preciso procurar máscaras que tenham ao menos três camadas de proteção. Camada única ou dupla não são suficientes para proteção contra uma nova variante que se transmite com mais facilidade.

Dessa forma, as máscaras de pano que eram utilizadas ainda nas primeiras semanas de pandemia não são uma escolha segura. Quanto maior o número de camadas de material, maior a segurança para quem usa. Máscaras PFF2 e N95 se destacam entre as melhores e mais seguras, seguidas pelas máscaras cirúrgicas de três camadas.

QUAL MÁSCARA DEVO USAR?

O ranking segue a ordem de proteção, sendo a primeira a mais segura, e a quarta a menos segura do grupo recomendado.

  1. PFF2 E N95: essas máscaras são muito usadas em ambientes hospitalares, mas também devem ser priorizadas por pessoas fora do ambiente médico. São as melhores máscaras para evitar a entrada do vírus. Apesar do alto grau de proteção, é preciso ficar atento ao ajuste no rosto, sem deixar espaços nas laterais ou ao redor do nariz;
  2. Máscara cirúrgica: possui proteção suficiente contra o coronavírus. Segundo especialistas, usar duas máscaras iguais, uma sobre a outra, pode garantir ainda mais segurança.
  3. Máscara cirúrgica + máscara de tecido: a proteção pode ser reforçada caso você adicione uma máscara com pelo menos três camadas de pano na frente da máscara cirúrgica. O tecido ajudará a máscara cirúrgica a se fixar melhor no rosto.
  4. Máscara de tecido com três camadas: esse modelo não protege como a PFF2 e N95, mas garante algum grau de proteção. É preciso ao menos três camadas.

QUAL MÁSCARA NÃO É RECOMENDADA?

  • Máscara de pano com uma ou duas camadas: aquele item que está no fundo do armário, foi utilizado desde o início da pandemia e lavado milhares de vezes deve ser deixado de lado.
  • Bandana: não adianta ficar estiloso se você ficar desprotegido. Se a prioridade é a saúde, coloque a bandana na cabeça e utilize uma máscara N95 ou cirúrgica no rosto;
  • N95 com válvula. Sim, isso mesmo, você não leu errado. A diferença entre a N95 e a N95 com válvula é a segurança das pessoas ao seu redor. A presença da válvula protege quem usa o equipamento, mas expõe ao risco todos os demais;
  • Máscara de acetato: a máscara de acetato é transparente e facilita, por exemplo, a leitura labial, mas não oferece proteção necessária contra o novo coronavírus;
  • Face shield:  o item pode até ser usado junto da máscara, mas nunca sozinho, já que não garante qualquer proteção ao nariz e boca.

MODELO DE MÁSCARA INTERFERE NA PROTEÇÃO

A médica infectologista e professora da Universidade de Vila Velha (UVV) Jacqueline Oliveira lembra que nos primeiros meses de pandemia não era recomendado o uso das máscaras cirúrgicas ou peças filtrantes. Não pela falta de segurança, mas para priorizar o fornecimento aos profissionais de saúde. 

Contudo, a produção desse modelo triplicou por conta da procura e, hoje, é muito mais fácil encontrá-lo. É possível comprar N95 e  PFF2 até em lojas de material de construção.

O equipamento serve como um escudo. Dependendo do material e ajuste no rosto, o risco de entrada do vírus no nariz ou boca diminui. Por isso, além do uso de uma boa máscara, é preciso usa-la da forma correta. Máscaras amarradas no braço, penduradas nas orelhas ou no queixo não protegem contra o coronavírus.

O médico imunologista e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Daniel Gomes afirma que essa é uma medida de proteção individual e coletiva, sendo essencial em um contexto de pandemia.

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Independente do material, a ideia da máscara é importante. As máscaras N95 e PFF2 são as máscaras ideais para serem utilizadas. São normalmente usadas em laboratórios, em ambiente de risco. São compostas por várias camadas que garantem uma proteção de 95%

Daniel Gomes
Imunologista e professor da Ufes
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O médico infectologista e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Crispim Cerutti Júnior lembra, contudo, que "qualquer máscara é melhor que nenhuma".

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Algumas máscaras protegem mais do que as outras. Mas qualquer máscara é melhor que nenhuma. As pessoas precisam continuar usando máscaras, não podem perder o hábito, mesmo que em algum momento o número de casos de Covid tenha sofrido uma queda

Crispim Cerutti Júnior
Infectologosta e professor da Ufes
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Crispim Cerutti chama atenção para a circulação das variantes do novo coronavírus, sobretudo a Ômicron, que é "altamente contagiosa". Ele aponta ainda o crescimento dos casos de Influenza, que atualmente causa uma epidemia no Espírito Santo. O infectologista reforça que ao sair de casa, a máscara só deve ser retirada do rosto em caso de necessidade, como beber água ou se alimentar.

O alerta é reforçado pela médica infectologista Jacqueline Oliveira. Ela explica que o uso de máscaras é essencial em um cenário de pandemia de coronavírus, principalmente nesse momento em que ela se soma à epidemia de gripe.

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O USO DE MÁSCARA:

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    Sim. A vacina não protege contra a infecção, mas trabalha de forma eficaz para que, caso você contraia a doença, não desenvolva um quadro grave. Mesmo vacinado, você ainda pode ser infectado. E para reduzir o risco de ser infectado só há uma maneira: usar máscaras seguras. 

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    Depende. Se você estiver ao ar livre e distante de outras pessoas (pelo menos 1,5 metros), é possível dispensar o item de segurança. Infectologistas explicam que andar na rua sem máscara não é indicado e pode oferecer risco a todos.

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    Sim. De acordo com especialistas, a obrigatoriedade foi retirada em algumas cidades num momento que o número de casos havia apresentado queda. Mas o cenário mudou. Usar máscara é sempre a melhor opção.

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    Máscaras de pano podem ser lavadas e reutilizadas, mas não duram para sempre. Máscaras cirúrgicas não devem ser utilizadas mais de uma vez. Usou por mais de quatro horas, descartou. Os modelos N95 e PFF2 podem ser reutilizados desde que armazenados em local arejado. Leia as instruções da embalagem para preservar a qualidade do material e evite guardar de maneira incorreta.

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