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No ES, ministro da Justiça defende decretos de Bolsonaro por mais armas

No ES, ministro da Justiça defende decretos de Bolsonaro por mais armas

Questionado, André Mendonça não respondeu sobre os riscos da medida, como a possibilidade de aumentar a circulação de armas entre criminosos

Publicado em 19 de fevereiro de 2021 às 21:42- Atualizado há 3 anos

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Arma; munição; violência; segurança pública
Entre as mudanças estabelecidas por decreto, aumentou de quatro para seis o número de armas de fogo que cada cidadão autorizado pode ter . (Aleksandar Little Wolf/Freepik)
Natalia Devens
Repórter de Política / [email protected]

Uma semana após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter assinado quatro decretos que flexibilizaram o acesso e o uso de armas no país, além de reduzir o rastreio de munições, o ministro da Justiça, André Mendonça, defendeu a medida, justificando-a como uma das "bandeiras" do presidente.

Em visita ao Espírito Santo, o ministro se esquivou ao ser questionado sobre o risco de mais armas caírem nas mãos de criminosos, como já ocorre com armas inicialmente legalizadas em circulação, ou de representarem risco a policiais, que podem abordar um número maior de pessoas armadas.

Entre as mudanças estabelecidas, houve o aumento de quatro para seis no número de armas de fogo que cada cidadão autorizado pode ter e, ao mesmo tempo, a retirada de vários produtos que eram controlados pelo Exército da lista de rastreados.

Mendonça destacou que ficou claro que a posição do governo federal é diferente da do governo Casagrande.

"Nesse ponto específico, eu conversei com o governador do Estado e ele tem uma perspectiva diferente do governo federal. Nós respeitamos a opinião dele e, da nossa parte, o que tenho a dizer é que a proposta política do presidente da República sempre trouxe essa bandeira como algo que ele defendia como concepção de Estado, a necessidade de os cidadãos terem acesso ao armamento", disse.

O ministro citou, como exemplo, que na Constituição dos Estados Unidos, um dos direitos fundamentais do cidadão é ter o seu próprio armamento, para defesa pessoal no âmbito daquele país. 

Nos Estados Unidos, no entanto, ocorre um movimento contrário. O presidente Joe Biden atua para restringir o acesso de americanos a armas, principalmente a armamento pesado, pedindo ao Congresso que exija verificações de antecedentes de todos os compradores, proíba armas de guerra e elimine a imunidade legal para os fabricantes.

CRIME ORGANIZADO

O ministro da Justiça do governo Bolsonaro pontuou, contudo, que apesar da posição divergente sobre a flexibilização de armas entre o presidente e o governo do Espírito Santo, os dois entes têm o mesmo entendimento sobre a necessidade de prevenção e de combate ao crime.

"A soma dos indicadores de violência que temos no Brasil é fruto do crime organizado. Se nós tivermos melhor atuação conjunta na área do crime organizado, nós certamente teremos redução da criminalidade violenta no país. Eu diria que cairia 50%. A soma dos nossos esforços, das políticas de segurança pública, no combate ao crime organizado e aquilo que é fruto da atuação direta da atividade ilícita, nos trará melhores resultados", afirmou Mendonça.

Especialistas e policiais, no entanto, alertam para o risco de que as facilidades que os decretos de Bolsonaro proporcionam, como a redução do controle feito pelo Exército, inclusive sobre máquinas que fabricam munições, possam contribuir, justamente, com o crime organizado.

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