Publicado em 14 de novembro de 2025 às 15:31
"Nenhuma pena validará o que estou passando". Foi assim que a advogada Michaella Zukowski Reis, de 27 anos, recebeu a notícia sobre a condenação de Gelson Aparecido dos Santos, responsável por atirar um paralelepípedo que afundou o crânio da jovem, em julho de 2023, em Vila Velha, na Grande Vitória. >
O agressor foi condenado a 19 anos de prisão nesta quarta-feira (12) por duas tentativas de homicídio, contra Michaella e também o pai dela, Gladston Teixeira, que dirigia o carro quando a pedra foi arremessada. A absolvição ocorreu apenas em relação ao irmão da advogada, Kevin Zukowski Reis, que estava no banco de trás do veículo.>
Michaella contou ainda que a visão do olho esquerdo segue comprometida, com edema ocular e visão embaçada. Ela estava dentro de um avião, chegando a São Paulo para uma consulta médica, quando recebeu a notícia da condenação de Gelson. “Na hora que recebi a notícia da condenação, o avião estava pousando. Nenhuma pena validará o que estou passando. Mas, saber que, conforme nossas leis, a pena foi considerada ‘alta’, traz a sensação de justiça sim”, disse ao G1 ES nesta quinta-feira (13).>
A condenação foi obtida pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Vila Velha. Na sentença, a juíza Ana Amélia Bezerra Rêgo destacou que o réu tinha histórico de violência e que não há elementos técnicos suficientes para avaliar sua personalidade. A magistrada determinou que a pena seja cumprida inicialmente em regime fechado.>
>
Gelson Aparecido dos Santos foi preso três dias após o ataque. Ele já respondia a processos por crimes de trânsito, estupro, desacato, roubo e porte ilegal de arma de fogo.>
Nas redes sociais, Michaella comentou a decisão da Justiça e contou que, no mesmo dia do julgamento, viajou a São Paulo para tratar complicações decorrentes das cirurgias realizadas após o ataque. “Tive que vir para São Paulo, novamente, pois meu corpo está rejeitando o titânio, e minha testa está abrindo novamente. Fiz uma cirurgia há 30 dias, porém, sem sucesso. E em poucos dias, começou a afundar novamente. Passei por médicos em Vitória, porém, não souberam explicar realmente o motivo e não têm experiência com um caso parecido”, relatou em entrevista ao g1 ES. >
A advogada será atendida por uma equipe especializada em cirurgias craniofaciais e neurocirurgias em hospital referência em casos complexos. "Já tive consultas de formas on-line com eles, e eles falaram que vamos precisar de mais cirurgias. Estou tendo uma rejeição com uma fístula. Hoje [quinta-feira, 13], passarei em consulta presencial, pois me pediram para vir com urgência, pois há riscos conforme o laudo médico de meningite".>
Michaella contou ainda que a visão do olho esquerdo segue comprometida, com edema ocular e visão embaçada. No ano passado, ela chegou a buscar um tratamento nos Estados Unidos. "O que me preocupa agora são os custos disso tudo. Estou tendo que custear tudo! Claro, minha saúde em primeiro lugar. Mas fico ansiosa com isso. Não imaginaria que depois de dois anos, estaria passando por tudo isso de novo", lamentou a advogada.>
O ataque aconteceu em 8 de julho de 2023, quando Michaella Zukowski seguia de carro com o pai e o irmão em direção ao Aeroporto de Vitória. Ela estava no banco do carona quando foi atingida na cabeça por um paralelepípedo jogado contra o veículo na Rodovia do Sol, em Vila Velha. A jovem sofreu fraturas no crânio e no rosto, que precisaram ser reconstruídas com placas de titânio. Desde então, já passou por seis cirurgias.>
Michaella é diretora de marketing em uma marmoraria. Ela retomou parte das atividades oito meses depois do acidente. Era também a advogada quem gravava vídeos institucionais da empresa antes do acidente. Gelson Aparecido dos Santos foi preso três dias após o ataque. À polícia, ele confessou o crime e disse que decidiu jogar a pedra depois que o motorista do carro buzinou, alegando estar sob efeito de álcool e drogas. O homem teve a prisão preventiva decretada pela 2ª Vara Criminal de Vila Velha por ter destruído a tornozeleira eletrônica que usava.>
*Com informações do G1 ES>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta