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Publicado em 5 de dezembro de 2025 às 15:58
Após uma área sob a Terceira Ponte ser fechada com concreto devido à ocupação irregular de pessoas em situação de rua em Vitória, moradores da Enseada do Suá apresentaram um projeto à prefeitura da Capital e ao governo do Espírito Santo para a requalificação da área, antes tomada por ‘casinhas’ usadas como habitações precárias. Entre as sugestões atuais dos moradores, está a abertura de pontos comerciais sob a estrutura da Ciclovia da Vida, como floriculturas, borracharias e até um café.>
Em setembro deste ano, a reportagem de A Gazeta foi até o local e constatou que cerca de 11 pessoas viviam no espaço que era alvo de reclamações de moradores da Enseada pela sensação de insegurança. Já quem vivia na área, antes cercada por tapumes, relatava que usava o espaço como abrigo para ficar menos visível aos olhos de quem passava pela região. Naquele mês, a área foi desocupada e começou a ser fechada por concreto.>
O ofício elaborado pela associação de moradores do bairro recomenda que o espaço público — atualmente sob responsabilidade da Prefeitura de Vitória — seja repaginado para promover a “melhoria da qualidade de vida da população capixaba”. >
Os moradores dizem, porém, que a gestão municipal não estaria dando retorno sobre o projeto. Também procurada pela reportagem de A Gazeta nesta sexta-feira (5) para falar sobre o tema, a prefeitura não retornou aos questionamentos sobre a proposta da associação até a publicação deste material.>
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Antes disso, com o uso de inteligência artificial, a associação chegou a fazer uma projeção de como o espaço poderia ficar. Veja na imagem abaixo:>
“Muitos moradores reclamam da insegurança na região, que é um local com alto fluxo de pedestres. Agora, nossa sugestão é essa reurbanização com pequenos comércios para atendimento desse fluxo de pessoas. A borracharia, por exemplo, poderia auxiliar os ciclistas da Ciclovia da Vida”, diz José Márcio Soares, presidente da associação de moradores.>
A ideia, segundo José, é manter a área movimentada e também o estacionamento sob a ponte, usando a área para feiras e eventos.>
Quando a reportagem de A Gazeta foi ao local em 23 de setembro, foi possível constatar que o espaço era tomado por lonas, cobertores e caixas de papelão. Em meio ao vaivém de bicicletas na ciclovia que atende quem sobe para Vila Velha ou desce para a Capital, ficava a entrada e saída dos residentes nas moradias, em uma porta recortada na chapa de metal que cercava a área.>
“Ficamos no nosso canto. Alguns trabalham aqui mesmo lavando e vigiando os carros. Com isso, conseguimos um trocado, mas não queremos incomodar ninguém. Ainda que as pessoas se assustem quando estamos saindo do cercado [de tapumes] ou andando pelo bairro, não temos nenhuma intenção de prejudicar os pedestres e ciclistas. Temos ciência de que qualquer ato criminoso pode causar represálias tanto da polícia quanto do tráfico”, explicou, na época, uma pessoa em situação de rua que preferiu não ser identificada.>
O cenário causava insatisfação em quem mora na Enseada do Suá. Entre as queixas estavam o mau cheiro de fezes e a sensação de insegurança.>
Logo após a primeira constatação de A Gazeta, os tapumes instalados foram retirados por funcionários do governo do Espírito Santo. Durante a desmontagem da estrutura, o grupo que ali vivia foi atendido por uma equipe de abordagem social da Prefeitura de Vitória.>
Em 24 de setembro, a Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) informou que, após a retirada dos tapumes, seria realizado o fechamento, com concreto, do pequeno trecho que fica sob as estruturas da Ciclovia da Vida e da Terceira Ponte. O objetivo, segundo a pasta, era aumentar a segurança e facilitar a manutenção do local, que agora é alvo da solicitação de reurbanização por parte dos moradores.>
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