Publicado em 5 de fevereiro de 2025 às 18:55
Imagine sair de casa e se deparar com um lobo-guará na rua? Isso, aquele animal das famosas e "raras" notas de R$ 200. Foi exatamente o que aconteceu com um morador do bairro Ginásio, em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, na madrugada desta quarta-feira (5), quando ele saiu para ir ao trabalho (veja vídeo acima). Mas o que levaria um animal selvagem a circular em áreas urbanas? A resposta pode estar na devastação ambiental (veja mais abaixo).
“Meu marido filmou o lobo-guará ao sair para o trabalho, na descida da rua 23 de Maio, no bairro Ginásio. Na parte de baixo dessa rua, há casas e uma área de mata. Meu marido acredita que o animal saiu de lá, como se estivesse perdido. Não é comum acontecer isso aqui. Eu moro aqui há 54 anos, próximo a esse bairro”, disse a leitora de A Gazeta, que preferiu não se identificar.
“Não é comum acontecer, como no caso do bicho-preguiça tomando banho na praia. Então, estão acontecendo coisas esquisitas aqui em Aracruz”, completou.
A Gazeta conversou com o fundador do Instituto Últimos Refúgios, o mestre em Conservação da Biodiversidade Leonardo Merçon. Ele confirmou que "de fato se trata de um lobo-guará" e que já fez registros do animal no Espírito Santo, porém, "eles não são comuns aqui". "Na realidade, eles são mais típicos de ambientes de Cerrado. Porém, com o desmatamento e a transformação das matas em pastagens, eles vêm se aproximando do Espírito Santo cada vez mais", explicou Merçon.
Em nota, a Prefeitura de Aracruz reforçou que "o lobo-guará não é uma espécie nativa da Mata Atlântica, e sim do Cerrado. Logo, não deveria ser comum avistá-lo em Aracruz, muito menos no ambiente urbano", alertou.
A prefeitura reconheceu que "o aparecimento do animal pode ser ocasionado pela perda de habitat de seus ambientes naturais" e orientou que a população deve "evitar o contato (com o animal) e acionar os órgãos ambientais competentes".
A nota de R$ 200 com lobo-guará estampado na cédula foi lançada em 2020 pelo Banco Central, com a promessa de "ajudar a movimentar a economia do país". Na época, o governo informou que seriam produzidas ainda naquele ano 450 milhões de unidades da nota, que se juntaria a outras seis da família do Real já em circulação. O fato é que no dia a dia, encontrar uma nota dessa é raro. A cédula, basicamente de cor cinza, homenageia o animal da fauna brasileira, típico do cerrado e ameaçado de extinção.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta