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Publicado em 23 de junho de 2021 às 18:59
O Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) manteve por unanimidade a decisão de levar a júri popular Georgeval Alves Gonçalves, acusado de abusar sexualmente e assassinar os irmãos Kauã, 6 anos, e Joaquim, 3, em um incêndio criminoso em Linhares, Norte do Espírito Santo. As vítimas eram o enteado e o filho do ex-pastor. O crime ocorreu em abril de 2018 e chocou todo país. >
A decisão foi tomada em uma sessão na tarde desta quarta-feira (23), a 1ª Câmara Criminal do TJES negou o recurso da defesa que tentava anular o julgamento. A relatora do caso, desembargadora Elisabeth Lordes, foi acompanhada pelos colegas.>
O ex-pastor Georgeval Alves Gonçalves foi detido ainda durante as investigações da Polícia Civil e ainda permanece preso. Em maio de 2019, por decisão do juiz André Bijos Dadalto, da 1ª Vara Criminal de Linhares, ele foi pronunciado — decisão que o encaminhou para o Tribunal do Júri popular — por homicídio duplamente qualificado, estupro de vulneráveis e tortura praticada contra o filho e o enteado.>
Após essa decisão, recursos foram apresentados por seus advogados e agora foram analisados pela Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Espírito Santo. A data do julgamento ainda não foi marcada. A reportagem tentou contato com os advogados do ex-pastor, mas ainda não obteve retorno. >
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As crianças foram mortas no dia 21 de abril de 2018, na residência onde moravam, no Centro de Linhares. Segundo laudo da polícia, elas sofreram abuso sexual e estavam vivas, desacordadas em uma cama, antes de um incêndio criminoso encerrar suas vidas. Na casa com eles estava Georgeval Alves Gonçalves, acusado pelo crime.>
Georgeval era pai de Joaquim, de 3 anos, e padrasto de Kauã Salles Butkovsky, de 6 anos — filho do primeiro casamento de Juliana Pereira Sales Alves com o empresário Rainy Butkovsky. Juliana teve outro filho com Georgeval, além de Joaquim.>
A morte de Kauã e Joaquim
Em julho de 2018, dois meses após o crime, Juliana Pereira Sales Alves, mãe das crianças, foi presa em Minas Gerais. Ela foi solta e uma semana depois voltou a ser presa novamente. Em janeiro do ano seguinte voltou a ser solta e assim permanece. >
Ela foi denunciada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) pelos mesmos crimes que Georgeval, na forma omissiva. Mas, em maio de 2019, o juiz André Bijos Dadalto entendeu que Juliana não deveria responder pelos crimes pelo qual foi denunciada, o que resultou em sua impronúncia, ou seja, segundo o juiz ela não enfrentaria o júri popular pelos homicídios.>
O MPES recorreu contra a decisão. Após sustentação da assistência de acusação na sessão desta quarta-feira (23), a desembargadora Elisabeth Lordes pediu mais tempo para avaliar a situação de Juliana, analisando novamente os detalhes processo. >
A advogada Lharyssa Almeida trouxe elementos que, segundo ela, mostram um comportamento midiático da mãe após a morte dos filhos, inclusive tendo falado com um publicitário como se comportar diante das câmeras. >
Em outubro de 2019, por decisão da desembargadora Lordes, os ex-pastores passaram a responder a processos separados, após determinação para o desmembramento da ação inicial.>
No dia 21 de abril de 2018, dia do crime, Juliana estava fora de casa. Ela tinha viajado para Minas Gerais com o filho mais novo dela e de Georgeval, deixando Kauã e Joaquim com o ex-pastor.>
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