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Publicado em 22 de abril de 2021 às 12:35
Com o avanço da aplicação da segunda dose contra o coronavírus nos idosos, filhos e netos começam a ficar aliviados com a proteção adquirida pelos pais e avós. Mas será que isso é suficiente para que as reuniões de família e visitas frequentes voltem a acontecer sem preocupações? Segundo especialistas, não. Pelo menos por enquanto. >
Em entrevista à TV Gazeta, a médica infectologista Rúbia Miossi explicou que ainda não é o momento de filhos e netos voltarem a abraçar, beijar ou frequentar a casa dos pais e avós que tomaram a segunda dose da vacina contra a Covid-19. Segundo ela, para que isso aconteça, todas as pessoas precisam ser vacinadas contra a doença. >
“Eu não recomendo que isso aconteça. Lembrando que tanto a vacina da gripe quanto a da Covid, nenhuma das duas protege 100% contra a infecção. E existe uma margem de não proteção da vacina, principalmente com idoso. O fato do idoso não ter o sistema imunológico igual ao de uma pessoa jovem, pode fazer com que ele não responda à vacina. E a gente não tem como saber que esse idoso não vai responder, pode ser que ele pegue a doença e acabe tendo um desfecho ruim”, alertou. >
Ela lembra que a pessoa ter tomado as duas doses da vacina não faz dela 100% imunizada. Isso porque existe uma porcentagem, ainda que pequena, de pessoas que a vacina pode não responder. Por isso, defende que não é o momento de arriscar e visitar os idosos, mesmo os que já tenham tomado as duas doses da vacina. >
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“Mesmo estando imunizado, o idoso pode ter a doença sim, e pode ter um desfecho ruim. Existe aquela porcentagem pequena que a vacina não vai responder e a gente não sabe quem vai ser. Então, neste momento, não é ainda o momento de visitar, ficar na casa, abraçar e beijar”, ressaltou.>
Em casos de necessidade, como uma visita a avós que moram sozinhos e precisam de algum auxílio, a visita pode ser feita, mas desde que todos os protocolos sejam rigorosamente respeitados. >
“Manter distanciamento de pelo menos 1,5 m, utilizar máscara corretamente cobrindo nariz e boca, usar as preparações de álcool em gel ou líquido para higienização de mãos, e é ideal que o idoso também esteja utilizando a máscara nesse encontro. O que não é recomendado é abraço, beijo, dormir no mesmo ambiente. Porque é complicado você ficar no mesmo quarto fechado com um idoso, sem utilizar máscara, sendo que teve contato com outras pessoas”, completou. >
O também médico infectologista Paulo Peçanha ressaltou a circulação de variantes da Covid-19 no Espírito Santo como um dos fatores que ainda dão a segurança suficiente para se liberar a interação. Segundo ele, a vacinação em massa ainda é necessária para isso. >
“Mesmo as pessoas estando com as duas doses da vacina, nós estamos convivendo com as variantes todas por aí. A circulação delas acaba colocando um desafio enorme, que a gente não sabe até que ponto as vacinas que estamos usando hoje vão proteger contra as variantes. Então, o mais seguro é que as pessoas mantenham o distanciamento. Não temos como liberar com toda essa incerteza. Precisamos avançar mais com a imunização para ter mais segurança, ter um percentual maior da população vacinada. Se tivermos 70% da população vacinada, nós vamos ter uma proteção coletiva maior, permitindo que as pessoas interajam mais. Nós não temos segurança para liberar as pessoas para interagir, mesmo elas estando vacinadas”, disse. >
Sobre a possibilidade de contato com idosos vacinados com as duas doses, ele também acredita não ser seguro, e recomenda apenas o necessário e seguindo todos os cuidados. >
“Os encontros podem ser realizados respeitando os protocolos para evitar a transmissão. Abraçar e beijar ainda não está seguro”, finalizou.>
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