Publicado em 9 de junho de 2020 às 20:54
O secretário de Estado da Segurança Pública, Alexandre Ramalho, promoveu mudanças no órgão que investiga o crime organizado e a corrupção do Estado. A estrutura deixa de estar vinculada diretamente à secretaria, e passa a fazer parte dos quadros da Polícia Civil, subordinado à Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). >
Criado em 2003, o Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc) era vinculado à Sesp e atuava mediante autorização do secretário ou do subsecretário de Inteligência da pasta na investigação de crimes complexos. >
Esta era uma estrutura, segundo Ramalho, criada em um momento vivido pelo Estado diferente do atual. Era um apêndice operacional ligado a um órgão estratégico, disse, informando ainda que esta mesma estrutura estava replicada dentro da Polícia Civil, que já conta com uma Divisão de Combate à Corrupção. >
Com a mudança, o Nuroc fica agora subordinado à Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Terá como atribuições apurar infrações penais relacionadas ao crime organizado e combater à lavagem de dinheiro e o enriquecimento ilícito. Não acabamos com o Nuroc, pegamos a caixinha e transferimos para a Polícia Civil. Houve um fortalecimento da estrutura, avaliou Ramalho. >
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O secretário, sob o argumento de que eram informações estratégicas, não informou quantos funcionários e delegados que atuavam no Nuroc vão permanecer na nova estrutura. >
Nos últimos 17 anos, o Nuroc foi responsável pela realização de diversas operações. Dentre elas a "Derrama", que apurou fraudes com consultoria de fachada e contratação sem licitação, realizando cobranças milionárias - e superestimadas - de tributos devidos por grandes empresas às prefeituras de oito municípios. Os desvios, segundo as investigações, foram estimados inicialmente em R$ 33 milhões. >
Houve ainda a "Operação Lídima', que apurou a formação de organizações criminosas para adulterar combustíveis e fraudar o pagamento de impostos, num esquema milionário. >
Outra foi a Operação Lama cirúrgica, que ainda investiga as fraudes envolvendo o reprocessamento de material cirúrgico de uso único, na área ortopédica, cobrando de planos de saúde como se eles fossem novos. >
As alterações foram publicadas na edição do Diário Oficial desta terça-feira (09). O Decreto nº 4670-R, de 8 de junho de 2020, contempla ainda outras alterações, como transformar o Laboratório de Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) em Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD). Ele fica agora subordinado hierarquicamente ao gabinete do Superintendente de Inteligência e Ações Estratégicas (SIAE) da Polícia Civil. >
Com esta modificação, ficou extinto o Núcleo de Combate à Lavagem de Dinheiro e Enriquecimento Ilícito ( NUCLAD).>
Outra mudança foi o encerramento do Grupo Integrado de Operação de Segurança Pública (Giosp). Criado no final do ano passado, ele reunia representantes das Polícias Militar, Civil, Rodoviária Federal e Federal, do Corpo de Bombeiros, da Secretaria da Justiça (Sejus), além da Secretaria de Operações Integradas (Seopi) do Ministério da Justiça e Segurança Pública em um mesmo espaço físico, para troca de informações, em tempo real, sobre a criminalidade organizada no Espírito Santo. Todos retornaram para as suas unidades.>
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