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Fraude na Ceasa: Nuroc apreende documentos em apartamento de luxo

Fraude na Ceasa: Nuroc apreende documentos em apartamento de luxo

Imóvel pertence à ex-servidora acusada de desviar R$ 2 milhões da Ceasa

Publicado em 6 de fevereiro de 2018 às 19:10

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(Internauta)

Uma equipe do Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas (Nuroc) esteve, na manhã desta terça-feira (6), no apartamento de luxo da ex-servidora da Ceasa, presa temporariamente acusada de desviar mais de R$ 2 milhões de recursos públicos em benefício próprio. No imóvel, que fica na Praia de Itaparica, em Vila Velha, foram apreendidos documentos e notas de grandes movimentações financeiras. O cumprimento de mandado de busca e apreensão também contou com a participação de peritos da Polícia Civil. 

O CASO

A ex-servidora da Ceasa Ana Carolina Jardim Machado, de 31 anos, foi presa no dia 2 de fevereiro por desviar mais de R$ 2 milhões dos recursos públicos em benefício próprio. Com o dinheiro, ela comprou imóveis e carros. A ex-servidora era sócia de uma esmalteria e também criou uma empresa de fachada para desviar dinheiro da autarquia.

Ana Carolina ainda é acusada de falsificar uma decisão judicial para receber uma indenização que estava em nome de outra pessoa. Ela ocupava cargo comissionado na Ceasa há 11 anos, sendo os últimos oito anos no cargo de Gerente Administrativo Financeiro, com salário bruto de R$5.962,59. A exoneração dela foi publicada no Diário Oficial do dia 24 de janeiro.

Segundo as investigações do Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc), à época dos fatos, a servidora era responsável por todos os pagamentos da estatal e somente ela tinha acesso a senhas do sistema que liberavam os pagamentos.

"Ela realizava pagamentos e destinava recursos da Ceasa para a conta dela e contas de duas empresas que ela criou", explicou o secretário de Estado da Segurança, André Garcia.

A acusada estava no cargo havia oito anos e as investigações apontam que os desvios começaram em 2014. " Ela estava muito à vontade para realizar esse tipo de atividade criminosa", afirmou Garcia

COMPRA DE ESMALTES

O Nuroc iniciou as investigações depois que um banco alertou a direção da Ceasa sobre uma compra de esmaltes que a autarquia tinha feito no valor de R$ 154 mil. A empresa que recebeu o dinheiro pertence à servidora investigada.

A direção da instituição bancária estranhou uma compra de produtos de beleza para um órgão que compra e vende alimentos, e pediu ajuda do Governo do Estado na investigação.

Em apenas 72 horas, o Nuroc conseguiu identificar desvio de cerca de R$ 2 milhões, mas estima que o prejuízo para os cofres públicos pode ser bem maior. O chefe do Nuroc, delegado Rapahel Ramos, também acredita que outras pessoas estão envolvidas no esquema.

“Não só mais pessoas envolvidas, como mais eventos ocorridos. Estamos fazendo a pesquisa de um período, está muito cedo, o trabalho está começando. Estamos coletando o que está mais visível”, destacou.

FALSIFICAÇÃO

A ex-servidora também é acusada de falsificar uma decisão judicial para receber R$ 250 mil. Ela usou um documento verdadeiro em que a Ceasa era condenada a pagar uma indenização a um terceiro. A acusada alterou a decisão para se colocar como beneficiária do dinheiro e aumentou o valor da indenização em seis vezes.

Além da prisão da ex-servidora, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão. Os bens da acusada estão bloqueados por determinação da Justiça.

A prisão faz parte da Operação Arlequina, criada para investigar crimes contra a administração pública, e foi realizada por policiais do Nuroc, da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp).

A Sesp vai recomendar que seja realizada uma auditoria na Ceasa para identificar novas irregularidades financeiras.

A reportagem não conseguiu falar com a defesa de Ana Carolina.

COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA

- A ex-servidora emitia ordens de pagamentos da Ceasa para a empresa em que ela era sócia.

 -Como era a única que tinha acesso ao sistema de pagamentos, ela emitia boletos com o CNPJ da empresa de fachada que criou para receber os valores.

- Os boletos tinham vencimentos altos, acima de R$ 150 mil.

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- Com recursos da Ceasa, ela efetuo o pagamento de um financiamento de imóvel no valor de R$ 302 mil por meio de transferência bancária.

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