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Farmácias do ES registram desabastecimento de remédios para gripe

Farmácias do ES registram desabastecimento de remédios para gripe

Algumas redes sofrem com a escassez de antitérmicos, analgésicos e xaropes; Conselho Regional de Farmácia fala em aumento de até 200% na demanda

Publicado em 10 de janeiro de 2022 às 21:17

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Se você teve sintomas como febre, tosse e dor no corpo e procurou algum medicamento para combater esses incômodos recentemente, pode ser que não tenha conseguido algum específico – é que as farmácias do Espírito Santo estão sofrendo com o desabastecimento de alguns remédios para gripe.

Devido ao surto de H3N2 que começou em dezembro do ano passado, o Conselho Regional de Farmácia do Estado (CRF-ES) registrou um aumento de até 200% na demanda de medicamentos antitérmicos, analgésicos e xaropes. Combinado com o esquema de estoque mínimo, o resultado foi a escassez.

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Houve uma procura aumentada em um período atípico. Como o mercado farmacêutico trabalha com o mínimo de estoque, as farmácias não estavam abastecidas para essa demanda e gerou essa sensação de que está faltando, mas é apenas uma escassez

Leandro Passos
Farmacêutico e presidente do Conselho Regional de Farmácia do Espírito Santo (CRF-ES)
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À frente da instituição, o farmacêutico Leandro Passos esclarece que o problema seria mais grave – configurando "falta" de medicamentos – se não houvesse matéria-prima para fabricar os remédios. "Não é isso que estamos observando. As indústrias têm o princípio ativo e vão conseguir repor", garante.

Leandro Passos é farmacêutico e presidente do Conselho Regional de Farmácia do Espírito Santo (CRF-ES)
Leandro Passos é farmacêutico e presidente do Conselho Regional de Farmácia do Espírito Santo (CRF-ES). (Divulgação | CRF-ES)
Farmácias do ES registram desabastecimento de remédios para gripe

O cenário, segundo ele, é generalizado e afeta as farmácias de Norte a Sul do Estado. A expectativa é que o abastecimento seja normalizado em até duas semanas. Enquanto isso, podem ser mais difíceis de achar, os chamados "itens de venda livre". Ou seja, que não exigem receita médica na compra.

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A automedicação é um grande mal que tentamos combater há anos. A nossa orientação é para que as pessoas não se precipitem: procurem um profissional de saúde e se informem sobre a necessidade de tomar algum remédio

Leandro Passos
Farmacêutico e presidente do Conselho Regional de Farmácia do Espírito Santo (CRF-ES)
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De acordo com Leandro Passos, a população pode – e deve – pedir o auxílio dos próprios farmacêuticos antes de comprar algum medicamento. A triagem que esses trabalhadores podem fazer, segundo ele, ganha ainda mais importância em momentos como o atual, por dois motivos principais.

"O farmacêutico vai promover o uso racional do medicamento e isso ajuda na questão do desabastecimento. Por outro lado, ele também tem como avaliar se é preciso um atendimento mais aprofundado por um médico, por exemplo, e encaminhar a pessoa para uma unidade de saúde", explica.

A SITUAÇÃO DAS FARMÁCIAS NO ES

Para elaboração desta reportagem, a equipe de A Gazeta entrou em contato com algumas das principais redes de farmácias com unidades no Espírito Santo. Todas confirmaram o aumento na procura de medicamentos contra a gripe e duas também sinalizaram desabastecimentos parciais.

Coordenadora de compras da rede Santa Lúcia, Adna Rodrigues contou que houve escassez de corticoides e de antibióticos de suspensão, destinados ao público infantil. "Essa falta começou na última semana de dezembro, quando teve um boom e as distribuidoras principais ficaram sem", disse.

Idosos podem solicitar a cor da cápsula dos manipulados para diferenciar os remédios
Alguns remédios podem ser comprados sem receita médica, mas isso não significa que as pessoas devam comprá-los sem orientação de um profissional. (Reprodução | Freepik)

Com 48 lojas distribuídas no Estado, ela contou que não chegou a zerar em toda a rede, mas que houve rupturas em algumas unidades. "A venda de dezembro foi muito superior ao período sazonal (inverno). Dependendo do produto, a procura dobrou. Fazemos um monitoramento diário", completou.

Em nota, a Drogaria Pacheco também comentou que percebeu um aumento significativo na procura por antigripais nas últimas semanas e que a demanda foi 98% maior nos primeiros nove dias de janeiro em relação ao mesmo período do ano passado, e de 70% com o intervalo equivalente de dezembro.

"A companhia trabalha no monitoramento e ressalta que não há medicamentos em falta no momento, e em eventual indisponibilidade, há ação coordenada para reposição por meio de uma força-tarefa", garantiu. Na rede, os medicamentos mais procurados são xaropes, antigripais e o antiviral Tamiflu.

Qual a diferença entre antigripal e antiviral?

"Antigripal" é o nome dado para uma categoria de remédios, cujas funções são diminuir os sintomas causados pela gripe, tais como tosse, febre, dores no corpo e coriza. Em muitos casos, a compra deles pode ser feita sem receita médica. Já o "antiviral" serve para combater a infecção em si, causada pelo vírus. Neste caso, a prescrição médica é essencial.

Entenda

Por fim, a Drogasil afirmou que "a demanda por produtos de combate aos sintomas de gripe cresceu muito" e que "está atuando na reposição dos estoques para o abastecimento das próprias lojas para os próximos dias". As redes Pague Menos e a Cibien não retornaram aos nossos contatos.

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