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Entenda por que casos de coronavírus dispararam no interior do ES

Entenda por que casos de coronavírus dispararam no interior do ES

Para especialistas, o surgimento de casos confirmados da Covid-19 em cidades fora da Grande Vitória está relacionado ao ciclo natural de dispersão da doença

Publicado em 18 de junho de 2020 às 20:24

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Linhares confirma a quinta morte em decorrência da Covid-19
Linhares é um dos municípios polos apontados pelo Governo do Estado. (Prefeitura de Linhares/Divulgação)

Os casos de novo coronavírus dispararam nos municípios do interior do Espírito Santo. Fora da Grande VitóriaCachoeiro de ItapemirimColatina e Linhares lideram a lista das cidades com maior número de pacientes diagnosticados com a doença. Até a noite desta quinta-feira (18), o Painel Covid-19, ferramenta da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), registrava que mais mais de 31 mil pessoas já foram infectadas e que 1.223 morreram.

Para entender o que influenciou o aumento dos registros fora da Grande Vitória, A Gazeta conversou com especialistas que trabalham no enfrentamento e estudam o comportamento do vírus no Estado. O presidente em exercício do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, informou que a diferença da taxa de transmissão do coronavírus na região metropolitana é menor que no interior.

Ele destacou que a taxa de contaminação está em 1,56 na Grande Vitória. Levando em consideração o crescimento exponencial, isso significa que 10 pacientes infectados podem contaminar outras 15 pessoas. Já no interior, os dados apontam que a taxa de contaminação é de 2,17. Ou seja, 10 contaminados são capazes de infectar outras 21 pessoas. 

De acordo com o presidente do IJSN, o número de casos nos municípios do Norte, Sul e Noroeste do Estado está relacionado à dispersão natural da doença.

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Já era esperado que nesse atual estágio da doença ela começasse a ter impacto no interior, principalmente nos municípios polos: Colatina, Cachoeiro e Linhares. Assim como acontece nas demais regiões brasileiras, a Covid se alastra das regiões metropolitanas para as regiões periféricas e em seguida para o interior

Pablo Lira
Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN)
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Para a pós-doutora em Epidemiologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel Maciel, o comportamento da população das cidades localizadas fora da região metropolitana também podem influenciar na maior incidência da pandemia. Uma das atitudes é o uso da máscara e a quebra do ciclo de contaminação, provocada com o distanciamento social.

“A informação inicial era de que o foco da doença estava na Grande Vitória. Agora,  o vírus circula em praticamente todo o Estado. Com isso, as medidas de prevenção, como o uso diário da máscara, foram adotadas em maior velocidade na região metropolitana. Assim como aconteceu aqui, quem vive nas cidades do interior precisa se convencer de que usar a máscara é importante para frear a velocidade de transmissão, pois já está comprovado que elas são eficazes no enfrentamento”, orientou.

Desde a implantação da matriz de risco para a Covid-19, todos os municípios do Estado passaram a definir modelos de funcionamento do comércio e medidas restritivas de circulação levando em conta o cruzamento de vários indicadores, sendo um deles a taxa de isolamento social, cujo percentual ainda está abaixo do recomendado em todo o Espírito Santo. 

“O mapa de risco aponta as diretrizes que devem ser seguidas. A gente necessita de mais conscientização da população. O correto é evitar ao máximo se expor ao risco de contrair a doença, evitar aglomeração, e se possível, evitar sair de casa sem necessidade. Devemos adotar as medidas de higienização e uso das máscaras, sobretudo, nesses municípios polos”, finalizou Lira.

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