Publicado em 26 de junho de 2020 às 11:58
A Covid-19, doença que já atingiu 9 milhões pessoas e provocou a morte de mais de 400 mil pacientes em todo o mundo, ainda é sinônimo de incertezas para cientistas e profissionais de saúde que trabalham na linha de frente do enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Desde o seu surgimento na China em dezembro do ano passado, diversos tratamentos têm sido testados. >
Cloroquina, remdesivir ou dexametasona? Para indicar quais remédios estão funcionando no Brasil, A Gazeta conversou com médicos que acompanham as pesquisas e atendem pacientes no Espírito Santo. Todos foram categóricos ao ressaltar que ainda não há vacina ou medicamento específicos para tratar a doença. Por isso, qualquer medicação deve ser acompanhada da prescrição de um profissional de saúde.>
Os especialistas explicam que os pacientes com quadro clínico grave podem ser medicados com corticóides, anticoagulantes e antibióticos. A infectologista Rúbia Miossi destaca que um dos corticóides utilizados é a dexametasona. O remédio serve para controlar o quadro inflamatório grave do pulmão que aparece entre o sétimo e o décimo dia da presença da doença no organismo.>
Rubia Miossi
Médica infectologistaO médico infectologista e doutor em Medicina Tropical, Ricardo Tristão, pontua que a aplicação dos medicamentos vai variar de acordo com o quadro clínico de cada paciente. Além da dexametasona, ele informa que o corticóide metilprednisolona também tem sido recomendado. Já na classe dos anticoagulantes, os mais comuns são a heparina e enoxaparina.>
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É importante um alerta: as pessoas não podem ir às farmácias comprar esses remédios. É muito perigoso um paciente se automedicar porque ao invés de se beneficiar, ele pode se prejudicar. Esses medicamentos exigem uma uma dose adequada e são usados dentro do hospital. Quando a gente interna um paciente, avalia vários parâmetros antes de decidir qual medicamento será usado, reforçou.>
Se durante a avaliação, for identificado um quadro de infecção bacteriana no pulmão, os médicos também podem receitar o uso de antibióticos. Assim como Rúbia Miossi, Tristão declara que ainda não há evidências que atestem a eficácia de drogas como ivermectina e cloroquina. Segundo ele, os estudos científicos disponibilizados até o momento mostraram que os testes realizados em humanos não tiveram resultados tão satisfatórios quanto aos feitos em laboratório.>
Ricardo Tristão
Doutor em Medicina Tropical
Se por um lado a ciência ainda não identificou um medicamento completamente eficaz no tratamento da Covid-19, os pesquisadores estão otimistas quanto à produção de uma vacina contra o coronavírus. Na terça-feira (23), o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse que o governo deve assinar um acordo para produzir no Brasil a vacina contra Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela biofarmacêutica AstraZeneca. >
No início deste mês, o Brasil foi anunciado como um dos países escolhidos para testar a eficácia da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford contra a Covid-19; 2.000 pessoas devem participar dos testes, que se iniciaram no último fim de semana. Em São Paulo, os testes serão conduzidos pela Unifesp. Outros participantes serão do Rio de Janeiro.>
Já o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse estar muito otimista com a possibilidade de que o governo do Estado de São Paulo tenha, até o fim deste ano, uma vacina contra o novo coronavírus. No último dia 11, o governador do Estado, João Doria (PSDB), anunciou uma parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac para a produção de um antígeno.>
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