Publicado em 23 de junho de 2020 às 16:26
O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse nesta terça-feira (23) que o governo deve assinar um acordo ainda nesta semana para produzir no Brasil a vacina contra Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela biofarmacêutica AstraZeneca. >
A declaração ocorreu em audiência pública em comissão do Congresso com deputados e senadores.>
"Estamos fechando com a Casa Civil a assinatura e o compromisso de participação do Brasil. Estamos em ligações paralelas com a universidade e a AstraZeneca bem adiantadas, envolvendo a Fiocruz e a BioManguinhos. A Casa Civil está analisando a assinatura para os próximos momentos, hoje ou amanhã, ainda nesta semana", disse.>
Segundo ele, o ministério já identificou 15 iniciativas promissoras de desenvolvimento de vacinas e, após análise, decidiu trabalhar com três delas. Além de Oxford, entram na lista uma americana e outra chinesa, relata.>
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"É o objetivo número um do SUS que a gente tenha acesso e entrada direto junto à estrutura de fabricação, para que a gente não perca o bonde e possamos ter a liberdade de fabricar vacina. Na América Latina, só o Brasil tem essa competência de fabricação com Biomanguinhos, e não podemos ficar de fora", disse.>
No início deste mês, o Brasil foi anunciado como um dos países escolhidos para testar a eficácia da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford contra a Covid-19; 2.000 pessoas devem participar dos testes, que se iniciaram no último fim de semana.>
Em São Paulo, os testes serão conduzidos pela Unifesp. Outros participantes serão do Rio de Janeiro.>
Na audiência, Pazuello disse ainda que a pasta vai apresentar nesta quarta (24) um modelo de testagem e diagnóstico de casos da Covid-19.>
"A nossa estratégia é baseada em duas grandes frentes: testagem de RT-PCR e sorologia. Vamos partir para 12% da população com RT-PCR e 12% com sorologia", afirmou o secretário de vigilância em saúde, Arnaldo Correia.>
Em maio, a pasta anunciou que previa testar 22% da população.>
A mudança ocorre em meio a atrasos na entrega dos 46 milhões de testes prometidos no país. Até agora, só 11,3 milhões foram disponibilizados. O ministro não informou o total que será ofertado e se haverá alteração no valor final.>
Segundo Correia, o novo modelo visa acelerar a testagem feita nos laboratórios.>
"Montamos duas plataformas, uma no Rio de Janeiro e outra em São Paulo, com capacidade de processamento", disse, em referência ao centro de diagnóstico emergencial que já era previsto para ser implementado junto com a rede de laboratórios Dasa e que começou a operar na última semana.>
O ministro também defendeu que o diagnóstico clínico seja usado para confirmação de casos. Nos últimos dias, a proposta já estava em análise no ministério.>
"Essa orientação já está pronta e ela prevê que diagnóstico medico é soberano. Nossos médicos têm sim capacidade de diagnosticar esse paciente, dando a ele o protocolo que ele achar que deve fazer", disse.>
Essa foi a segunda vez que Pazuello participa de audiência no Congresso. No encontro, ele foi questionado por parlamentares sobre mudanças no formato de divulgação dos dados.>
Nas últimas semanas, o ministério passou a atrasar a divulgação dos novos números diários e chegou a retirar, de seu site, dados do total de mortes e casos acumulados pela doença. A divulgação foi retomada após decisão do Supremo Tribunal Federal.>
A pasta também lançou uma nova plataforma para divulgação dos dados, o SUS Analítico. Especialistas, no entanto, apontam que os dados disponibilizados são limitados e representam pouco avanço em relação ao painel anterior, além de dificultarem a análise ao não permitir o download da base de dados.>
Segundo Pazuello, a previsão é que novos dados também com informações sobre a ocupação de leitos sejam colocados no painel até o fim desta semana. O portal também mudará de nome e passará a se chamar LocalizaSUS.>
"Vamos disponibilizar todos os dados. A transparência vai ser infinita", disse.>
Ele rebateu críticas sobre uma possível interferência nos dados e afirmou que "não há como mexer nos números".>
"O que se propôs é, em vez de colocar todos os registros juntos, ter um outro modelo de gráfico para que o gestor possa acompanhar o resultado das ações naquele momento. Se ele não conseguir compreender o número, ele nao consegue ter gestão ideal", disse, sobre a proposta de incluir gráfico com mortes por data de ocorrência.>
"Não vamos deixar de apresentar a curva com variações do registro, mas vamos também apresentar a curva com a data do óbito.">
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