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Como a pandemia mudou as estatísticas de morte e nascimento no ES

Como a pandemia mudou as estatísticas de morte e nascimento no ES

O impacto do coronavírus é sentido, inclusive, nos índices que indicam a expectativa de vida dos moradores

Publicado em 25 de abril de 2021 às 03:00

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Bebê
Em abril do ano passado, foram contabilizados 4.827 nascimentos e 2.105 mortes. . (Jcomp/Freepik)
Autor - Isaac Ribeiro
Isaac Ribeiro
Repórter de Cotidiano / [email protected]

Descoberto por cientistas em dezembro de 2019 em Wuhan, província de Hubei, na China, o novo coronavírus está mudando as estatísticas de nascimentos e mortes no Espírito Santo.  Do dia 1 ao dia 15 do mês de abril, foram registradas 1.860 óbitos e o nascimento de 1.682 bebês. Os dados são Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Espírito Santo (Arpen-ES).

O Painel Covid-19 ES, ferramenta do governo do Estado, indica que 919 pessoas perderam a vida em decorrência das complicações causadas pelo vírus no mesmo intervalo. O número representa 49,4% dos óbitos indicados pela associação. 

Em abril do ano passado, o número de nascimentos foi 43,6% maior: foram contabilizados oficialmente 4.827 e 2.105 mortes. A presidente da Arpen-ES, Nelisa Galante, explicou ao G1 ES que, na historia do Portal da Transparência do Registro Civil, o número de nascimentos sempre foi muito maior que o número de óbitos.

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Acreditamos que quando abril de 2021 fechar, isso vai se ratificar. A diferença é que o óbito em 2021 se aproxima do nascimento, diferente de abril de 2020, onde havia uma diferença do número de nascidos, que é muito maior, para o número de óbitos, que historicamente é menor

Nelisa Galante
Presidente da Arpen-ES
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Especialistas que acompanham o comportamento do vírus Sars-CoV-2 no Espírito Santo anunciam que as perspectivas para o mês de abril é de que a pandemia tenha uma piora e que o número de vidas perdidas para a Covid-19 ultrapasse os registros de óbitos de março, que foi considerado o pior mês da doença nos municípios capixabas.

Uma redução no número de mortes só deve começar a acontecer a partir da primeira quinzena de maio. Até lá, os registros diários de mortes podem voltar a bater novos recordes, principalmente após o próximo feriado, podendo ultrapassar 130 mortes/dia.

EVOLUÇÃO DA DOENÇA

Em 15 dias do mês de abril, o Painel Covid-19 revelava que até quinta-feira (15) foram computados 919 óbitos, o que equivale a 81,32% das mortes ocorridas em março (1.130). O diretor de Integração e Projetos Especiais do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, ressalta que os índices de mortes por Covid-19 no Estado refletem a tendência nacional da doença. No dia 15 de abril o Brasil superou a marca de 365 mil mortes por coronavírus e computou 3.774 vítimas em 24 horas.

"Quais são as doenças que mais matam no Brasil e no estado do Espírito Santo? Doenças cardiovasculares demoram três dias para matar três mil pessoas. Todos os tipos de câncer, juntos, levam cinco dias para matar três mil doentes; infecções respiratórias, exceto Covid, demoram 13 dias. A violência urbana leva 19 dias. A Covid-19 faz isso em um dia", elencou Lira.

Ele destaca que as medidas definidas na quarentena preventiva estão surtindo efeito positivo como a tendência de desaceleração de novos casos confirmados da doença. No entanto, ainda é preciso cautela e manutenção do uso de máscara e distanciamento.

"São 919 óbitos pela Covid na primeira quinzena de abril. Em todo o mês de março foram 1.130. Se considerarmos que até o fim desse mês, abril vai ser o mês mais mortal da pandemia no Estado, assim como no Brasil", analisou.

EXPECTATIVA DE VIDA 

O impacto da doença nos índices de mortalidade indicam que a expectativa de vida no Brasil poderá cair até mais de três anos e meio. E no Sudeste, a situação mais grave é a do Espírito Santo (com perda estimada de 3,02 anos), seguido de Rio (2,62) e de São Paulo (2,17).

O número é resultado direto das mortes já registradas no País pela doença e integram estudo liderado pela pesquisadora brasileira Marcia Castro, do Departamento de Saúde Global e População da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard.

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