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Chuva dos últimos dias pode melhorar situação hídrica do ES?

Chuva dos últimos dias pode melhorar situação hídrica do ES?

No mês passado, a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) declarou estado de atenção e publicou recomendações de uso racional da água no Espírito Santo

Publicado em 13 de outubro de 2021 às 13:32

Rio Santa Maria que está com leito bem seco, em Santa Leopoldina
Rio Santa Maria, no dia 23 de setembro, estava com leito bem seco, em Santa Leopoldina Crédito: Ricardo Medeiros

volume de chuva registrado no Espírito Santo nos últimos dias não foi o suficiente para que a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), autarquia do governo capixaba que monitora a vazão dos rios, retirasse o estado de atenção em relação à escassez hídrica nos municípios capixabas.

Conforme divulgado pela Agência nesta quarta-feira (13), os impactos são sentidos com mais intensidade nas regiões Norte e Noroeste do Estado. No mês passado, a Agerh publicou recomendações de uso racional da água.

Segundo o órgão, a chuva dos últimos dias marca a transição do fim do período de estiagem para o início do período chuvoso e o alto índice de precipitação promoveu um aumento significativo no volume dos rios do Estado.

A Agência destaca, no entanto, que é necessário um tempo maior de análise sobre o comportamento fluviométrico e pluviométrico para que seja feita qualquer atualização sobre a situação hídrica.

Como mostrou A Gazeta no mês passado, os rios no Espírito Santo estavam com volume abaixo da média. O Rio Santa Maria da Vitória, responsável por abastecer quase metade da população da Grande Vitória e alguns municípios do interior do Estado, se aproximava do nível crítico.

No Rio Doce, que corta o Norte e Noroeste do Estado, houve aumento do volume de água, mas a situação ainda é crítica. O cenário deve mudar caso a previsão de chuvas acima do normal se confirme até o fim deste mês.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Colatina, Allex Guerra, o rio atingiu 146 cm no município do Noroeste capixaba após as últimas chuvas, mas os bancos de areia continuam e só devem desaparecer caso continue chovendo.

A realidade é parecida em Linhares, no Norte do Estado. O coordenador da Defesa Civil do município, Antônio Carlos, ressalta que o último monitoramento feito pelo órgão constatou que o Rio Doce estava com menos de 50 cm na cidade.

AS RECOMENDAÇÕES

A Resolução da Agerh, divulgada no Diário Oficial do Estado no dia 24 de setembro, recomenda uma série de medidas voltadas ao uso racional da água em vários segmentos.

  • Companhias públicas e privadas de saneamento e serviços autônomos municipais de água e esgoto

    Às empresas e organizações responsáveis pelo abastecimento urbano de água, a Agerh recomenda campanhas de incentivo à economia do consumo diário de água pela população, intervenções para redução do índice de perdas do sistema de distribuição, e a agilidade no atendimento às solicitações de reparos de vazamentos em suas redes.

  • Prefeituras municipais

    Às prefeituras dos 78 municípios do Espírito Santo são recomendadas ações que reduzam e responsabilizem atividades promotoras do desperdício de água, como lavagem de calçadas, fachadas, muros e veículos com o uso de mangueiras; a rega de gramados, jardins, vias públicas com água que não seja de reuso.

  • Indústrias

    Medidas de reuso, reaproveitamento e reciclagem de água em suas unidades são as recomendações da Agerh para a redução do consumo em empreendimentos industriais.

  • Agricultura

    Aos usuários e empreendedores agrícolas, o estado de atenção demanda a adoção do período noturno para a irrigação de lavouras, a ampliação do uso racional e de captação de águas de chuva.

  • Órgãos licenciadores

    A Agerh recomenda aos órgãos responsáveis pelo licenciamento de atividades poluidoras, potencialmente poluidoras, degradadoras ou potencialmente degradadoras, que imponham aos empreendimentos a adoção de medidas para a ampliação do uso racional, do reuso e aproveitamento de águas residuais tratadas, da captação de águas de chuva e de ações de reflorestamento e conservação de água e solo. Recomenda ainda a desburocratização do licenciamento de atividades e intervenções emergenciais destinadas ao aumento da oferta hídrica.

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