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Após dois meses, ES volta a ter mais de mil casos de Covid-19 em 24h

Após dois meses, ES volta a ter mais de mil casos de Covid-19 em 24h

Atualização do Painel Covid-19 na tarde desta quarta-feira (21) traz 1.162 novos infectados no Espírito Santo em um período de 24 horas. Especialistas acreditam que alta tem relação com mudança de comportamento dos capixabas

Publicado em 21 de outubro de 2020 às 19:07

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Mesmo diante da pandemia, as praias da Grande Vitória ficaram lotadas neste domingo, 27
Praias lotadas durante a pandemia são um exemplo da mudança de comportamento que gerou a alta de casos no ES. (Fernando Madeira)

Depois de dois meses, o Espírito Santo voltou a registrar nesta quarta-feira (21) mais de mil casos de novos infectados pelo coronavírus em intervalo de 24 horas. A marca não era superada desde o dia 20 de agosto, quando foram divulgados 1.079 novos diagnósticos positivos.

Conforme a atualização mais recente do Painel Covid-19, o Estado somou 1.162 confirmações da doença ao total registrado desde o início da pandemia. A alta é significativa diante das últimas semanas, tendo em vista que durante os meses de setembro e outubro somente cinco dias registraram mais de 900 novos casos.

O médico infectologista Carlos Urbano não descarta que o aumento esteja relacionado ao Feriado de Nossa Senhora Aparecida, celebrado em 12 de outubro. No entanto, ele vê esse dado mais atrelado à mudança do comportamento do capixaba, de maneira geral.

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De um mês e meio para cá houve uma mudança. Pessoas que estavam em casa começaram a sair e a ultrapassar um pouquinho os limites que eram aceitos. Estão cansadas de manter o distanciamento, mas infelizmente é o que temos que fazer

Carlos Urbano
Médico infectologista
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A mesma causa também foi apontada pelo infectologista Lauro Ferreira Pinto. "Existe uma fadiga do confinamento, observada desde a segunda quinzena de setembro. Muitas pessoas estão exaustas e se expondo, mas o coronavírus continua circulando e os casos voltaram a subir", explica.

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Não se compara ao que vivemos em junho e julho, mas estamos tendo uma 'marola' de casos. Depois de um 'vale' em agosto, os prontos-socorros voltaram a fazer muitos atendimentos

Lauro Ferreira Pinto
Médico infectologista
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Segundo o especialista, mesmo com a alta no número de casos, os óbitos não subiram, já que boa parte das infecções está ocorrendo em jovens. Entretanto, ele alerta que é preciso cuidado. "Ainda temos mortes que poderiam ser evitadas. Essa garotada tem pai, mãe, avô e avó que podem não resistir à doença", ressalta.

Os dois infectologistas também concordam que, apesar do relaxamento por parte da população, não é hora do governo estadual voltar com medidas de restrições sociais ou econômicas. "Temos que ir observando os números por um período maior e ver se será necessária alguma atitude", defende Carlos Urbano.

Por isso, por enquanto, é tão necessária a conscientização de cada capixaba. "Não adianta se encher de álcool em gel, tirar o sapato fora de casa ou colocar a roupa para lavar se as pessoas continuarem aglomerando. A volta à vida normal precisa acontecer com alguma distância", afirma Lauro Pinto.

SESA ATRIBUI À AMPLIAÇÃO DA TESTAGEM

Chefe de vigilância epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Larissa Dell'Antonio garantiu que o número mais alto é consequência das iniciativas que ampliaram a testagem no Estado. "Hoje, toda a população com sintomas é testada. Além dos contatos intra domiciliares de cada positivado", explicou.

Questionada, ela não soube dizer qual a taxa de positividade atual do Espírito Santo. Ou seja, quantos dos testes realizados têm dado positivo e que permitiria uma comparação com períodos anteriores. A Gazeta solicitou esses dados à Sesa, responsável pelo Laboratório Central (Lacen). Essa matéria será atualizada assim que houver retorno.

Na entrevista, Larissa Dell'Antonio também aproveitou para reforçar a importância das medidas de distanciamento social. "Precisamos lembrar dessas regras e da etiqueta respiratória. A distância mínima, o uso de máscara e a higienização das mãos precisam fazer parte do nosso cotidiano", afirmou.

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