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Publicado em 8 de junho de 2022 às 10:03
Do plantio à colheita, e, por fim, à comercialização. Presentes nas mais diversas etapas da cadeia de produção do agronegócio, as mulheres capixabas têm ganhado destaque no meio, sendo responsáveis por muitos dos produtos que chegam à mesa de moradores do Espírito Santo e até de outros locais.>
Josane de Souza Lima Bissoli, por exemplo, é produtora de café especial na comunidade de Vila Pontões, em Afonso Cláudio, que faz divisa com municípios como Santa Maria e Domingos Martins. São versões mais finas da bebida, em comparação com o café utilizado no dia a dia pelas famílias.>
TecnoAgro terá mais de 50 palestras e diversos expositores da agroindústria
TecnoAgro 2022, maior feira de tecnologia e inovação do agronegócio do ES, terá mais de 50 palestras que serão ofertadas gratuitamente ao público. É importante ressaltar que os participantes podem se inscrever em mais de uma palestra (confira a programação completa aqui e faça sua inscrição).
► Dias: 09/06 (quinta-feira) e 10/06 (sexta-feira)
►Hora: 8h às 22h
►20h às 22h – encerramento com shows
►Local: Conceição Hall, na cidade de Linhares (norte do ES)
Programação
Ela explica que a família do marido já produz café há várias décadas, assim como acontece com muitos outros agricultores da região. Mas, desde o final da década de 1990, começou a dar asas à ideia de investir em uma produção diferenciada, que foge à commodity comum. No sítio, a produção predominante é do café arábica, nas variedades catuaí vermelho e amarelo. Outros tipos, como o arábica 785 e o tupi começaram a ser plantados recentemente. >
“A produção começou em 1999 e logo em 2001 fomos premiados, ficamos entre os melhores cafés do Brasil e isso foi despertando nas pessoas a curiosidade de tomar o café especial. Passaram a vir à região para procurar esse café para tomar. Mas é uma produção que requer muito estudo e eu e outras mulheres acabamos nos unindo para buscar capacitação. Criamos até uma associação de mulheres produtoras na região.” >
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Essas mulheres se capacitaram e foram em busca de conhecimento que permitisse agregar valor ao produto, que é um dos carros-chefes da região.>
O Café da Josane, como é chamado, é produzido a partir do grão cereja natural e já é encontrado em diversos locais do país. Além disso, a família também produz o Café Bissoli, produzido a partir do cereja descascado. A venda é feita pelo WhatsApp, entre uma conversa e outra, e o produto é enviado pelos Correios para quem quiser provar, além de também ser possível encontrá-lo em alguns estabelecimentos no Centro de Afonso Cláudio.>
Também na cafeicultura, o projeto Póde Mulheres, que surgiu dentro da Cooperativa dos Cafeicultores do Sul do Estado do Espírito Santo (Cafesul), busca capacitar e incentivar a participação feminina no segmento, conforme explicou Natércia Bueno Vencioneck Rodrigues, uma das coordenadoras do grupo.>
O nome do projeto é uma junção do produto trabalhado e da força que se busca fornecer a essa mulher. É "póde" de pó de café, mas também é "póde" de poder. Esse nome só surgiu em 2016, mas o projeto vinha sendo delineado desde 2012, quando teve início um movimento de organização de produtoras, a fim de trazê-las para dentro da cooperativa. >
“A gente sabia que elas já desenvolviam as atividades na zona rural, mas não comercializavam, não compravam, então o projeto incentivou a geração de renda dessas mulheres na zona rural. Promovemos treinamentos, incentivamos a diversificação de renda, mas, em 2016, houve a grande virada, e o café passou a ser o foco prioritário. Elas começaram a trabalhar cada vez mais a qualidade do produto. Em abril de 2018, foi lançada a linha de café Póde Mulheres, que é comercializado em diversos municípios, como Cachoeiro de Itapemirim, Alegre, em algumas cafeterias de Vitória, e até em alguns locais de Minas Gerais.”>
Apesar de o café ser o foco, a produção dessas agricultoras vai além, e elas produzem alimentos, inclusive lanches artesanais, que a própria cooperativa passou a adquirir para coffee breaks em eventos.>
As capixabas também estão presentes em outros tipos de produção. Há cerca de dois anos, um projeto de pesquisa deu origem ao projeto Mulheres do Cacau, que busca capacitar e apresentar novas tecnologias às produtoras, conforme explicou a coordenadora Alessandra Maria da Silva, que é agente de extensão e desenvolvimento rural do Incaper.>
“Fizemos um diagnóstico com as mulheres de Linhares e da região e elas citaram o cacau como interesse. Era algo com que já trabalhavam, mas queriam conhecer amêndoas de maior qualidade, outras possibilidades, inclusive para produção de chocolate. O principal objetivo do projeto é levar conhecimento tecnológico, dar os meios para que possam tomar decisões, e chegou em um ponto em que já estão tão firmes nisso que já têm autonomia para tocar o projeto no futuro, criar associações. Elas já se intitulam Mulheres do Cacau.”>
Alessandra explica que o programa conta com parceiros como Senar, Ceplac, Ifes, e o Sindicato de Trabalhadores rurais e oferece capacitações em Linhares, Rio Bananal, Colatina, e Santa Teresa, que abrange também São Roque do Canaã. Atualmente, há mais de 60 mulheres envolvidas de forma direta ou indireta.>
A presença da mulher nos espaços da agropecuária no Estado será debatida, na sexta-feira (10), no painel da feira de tecnologia e inovação do agronegócio Tecnoagro, em Linhares.>
A palestra "Elas no campo e na pesca: empoderamento feminino e fortalecimento da agricultura capixaba" contará com participação de Alessandra Maria da Silva, médica veterinária, extensionista do Incaper e coordenadora do projeto “Mulheres no Cacau”; Aline Malta, gerente da Fazenda Três Marias; e Patrícia Ferraz do Nascimento, coordenadora de projetos na Secretaria de Estado da Agricultura, em que coordena o projeto “Elas no campo e na pesca". O painel será mediado pela jornalista Elaine Silva, editora-chefe de A Gazeta.>
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