Foram 16 mil multas aplicadas a motoristas e motociclistas por infrações cometidas em um mês de funcionamento. Em um curto espaço de tempo, os seis radares instalados em Vila Velha flagraram excesso de velocidade, avanços de sinal vermelho e veículos parados sobre a faixa de pedestres. Milhares de amostras de como a imprudência e o desrespeito às regras de trânsito ainda imperam em ruas e avenidas. As mais de 500 notificações diárias reforçam que os equipamentos de fiscalização são extremamente necessários na busca por devolver ordem ao caos que reina na mobilidade urbana e, consequentemente, reduzir o risco de tragédias no trânsito.
Lógico que fazer a lei ser cumprida à risca, como previsto no Código de Trânsito Brasileiro, é sempre um desafio. Bastaram as primeiras notificações chegarem para condutores manifestarem insatisfação. Reclamam da confusão provocada pelos diferentes limites de velocidade estabelecidos em cada via fiscalizada do município, que variam de 40 km/h a 60 km/h.
A saída adotada pela Prefeitura de Vila Velha foi suspender a aplicação de multas pelos radares até o dia 1º de dezembro, enquanto uniformiza o limite de velocidade nas vias, como havia antecipado o prefeito Arnaldinho Borgo ao colunista Leonel Ximenes. O chefe do Executivo vila-velhense fez questão de destacar um dado relevante: durante o período em que os equipamentos estiveram em funcionamento, nenhum acidente foi registrado nas vias fiscalizadas, o que por si só já justificaria a utilidade dos aparelhos.
Agora, durante esse freio de arrumação em Vila Velha, os radares funcionarão em caráter apenas educativo. Mas há uma ressalva importante: as multas aplicadas até o momento não serão canceladas, como deixou claro o o secretário municipal de Defesa Social e Trânsito, major Rogério Gomes, em entrevista à CBN Vitória. De fato, a anulação seria como um prêmio injusto para quem não seguiu as regras de trânsito.
Nestes cerca de 40 dias de readaptação no município, os condutores têm mais uma chance de aprender a respeitar as normas sem a necessidade de “sentir no bolso” as consequências da imprudência ao volante. Até porque, com radar ou sem radar, há limites de velocidade que precisam ser respeitados.
O problema não é restrito a Vila Velha, obviamente. De janeiro a setembro deste ano, o Espírito Santo registrou mais de 39 mil infrações por avanço de sinal vermelho, um aumento de 50% em relação ao mesmo período do ano passado. Na ânsia de chegar mais rápido ao destino, condutores de carros, motos e caminhões põem em risco a própria vida e a de outros, inclusive pedestres, que não têm segurança de atravessar a via mesmo em locais com faixa e semáforos.
Fica claro que os radares precisam voltar a funcionar não apenas em Vila Velha, mas também em outros municípios capixabas, que têm de adotar o equipamento para frear os abusos no trânsito. Com mais aparelhos espalhados, aí sim seria possível um choque de ordem capaz de devolver a segurança às ruas e avenidas. Está claro que somente com algum tipo de punição mais firme o mau comportamento ao volante poderá começar a ser contido. Não se trata aqui de defender a chamada “indústria da multa”, como alguns condutores poderão pensar. O objetivo principal é salvar vidas, inclusive a do próprio motorista ou motociclista. Nunca é demais lembrar: a imprudência no trânsito mata!
LEIA MAIS
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.