Ponte da Madalena em Vila Velha é muito mais que uma obra de mobilidade

E mesmo nesse aspecto a obra, que inclui uma ciclovia de 3 quilômetros que liga a Barra do Jucu à Praia de Itaparica, é também  um marco para a Grande Vitória

Publicado em 21/01/2025 às 01h00
Imagens de drone da orla da Barra do Jucu e Ponte da Madalena em Vila Velha
Imagens de drone da orla da Barra do Jucu e Ponte da Madalena em Vila Velha. Crédito: Fernando Madeira

Alguém poderia imaginar, há uns cinco anos, que seria possível sair de Vitória e chegar à Barra do Jucu, em Vila Velha, fazendo o trajeto pela orla exclusivamente por ciclovias? Essa possibilidade é real desde o último sábado (18), quando foi inaugurada a nova Ponte da Madalena, uma obra que também conta com uma ciclovia de 3 quilômetros que liga o famoso bairro eternizado nacionalmente por Martinho da Vila à Praia de Itaparica.

A Barra do Jucu respira cultura e tradição, e seus moradores sentiam a falta da ponte, destruída em 2017 durante uma chuva forte. Não somente por ser uma conexão para pedestres e ciclistas do balneário com a reserva ambiental de Jacarenema e as regiões mais densamente povoadas de Vila Velha, mas também pela ausência de um símbolo de sua identidade cultural, fortemente ligada ao congo.

Com  a inauguração, o interesse pela nova estrutura no último fim de semana, não só entre os moradores, mostrou o potencial turístico da região com os novos atrativos. Há um memorial do congo que já está sendo fotografado e "instagramizado", divulgando a Barra do Jucu para o mundo. A própria ponte, em meio à exuberância do Rio Jucu, é por si só uma atração. Sem falar da ciclovia espetacular que corta a reserva de Jacarenema, larga o suficiente para que pedestres também façam uso. 

Essa ciclovia, ao se conectar com a região de Itaparica, é o que permitiu algo impensável até pouco tempo: com ela, é possível ir de Vitória à Barra do Jucu sem sair de uma ciclovia: passando pela Terceira Ponte, pegando a ciclovia da Avenida Champagnat, em Vila Velha, em direção à Praia da Costa e, de lá, seguir até a Ponte da Madalena. Não é só mobilidade, é também lazer e turismo. E a promessa do governo estadual de conexão de ciclovias até Guarapari, assim como o anúncio da ciclovia que vai conectar a Terceira Ponte com Cariacica, é um bom presságio para a mobilidade na Grande Vitória.

Por tudo isso, é preciso preservar a Ponte da Madalena, tanto o poder público quanto a população. Já no fim de semana, carros foram flagrados atravessando a ponte, o que é proibido. Assim como houve reclamações sobre a falta de iluminação à noite no local, o que tem uma justificativa, dada pela prefeitura: reduzir os impactos sobre a fauna noturna, pois o Parque de Jacarenema é uma unidade de conservação. A preocupação ambiental deve ser constante com o aumento do fluxo de pessoas.

Assim como o policiamento deve ser uma prioridade. Sem segurança, esses locais são fadados ao abandono. Mas é preciso ter em mente também que os espaços públicos ocupados pelas pessoas também têm impacto positivo na segurança pública.

Mesmo sendo exclusiva para pedestres e ciclistas, a nova Ponte da Madalena vai aproximar ainda mais a Barra do Jucu dos capixabas, aumentando o interesse pelo bairro que deu ao mundo a banda Casaca e a bodyboarder Neymara Carvalho. Que seja o início de uma bela história para o Espírito Santo.

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