Policiais envolvidos com o tráfico colocam outros policiais em perigo

Um policial, como representante do Estado para a manutenção da lei e da ordem, trai toda a sociedade quando se alia ao crime

Publicado em 16/01/2025 às 01h00
Armas, drogas e um carro de luxo: apreensões feitas durante Operação Killers
Armas, drogas e um carro de luxo: apreensões feitas durante Operação Killers. Crédito: Divulgação Sesp

Ao desmantelar  uma organização criminosa envolvida com o tráfico de drogas e armas em Cariacica e Vila Velha, com conexões por toda a Grande Vitória, a Operação Killers da Polícia Civil expôs também o envolvimento de um policial militar, suspeito de ser informante dos traficantes. Um perigo para a segurança pública, com suas estratégias expostas, um perigo para a própria corporação.

Em novembro, ele já havia sido preso pela própria Polícia Militar, quando foi divulgado que o soldado chegava a enviar a escala de serviço dos policiais do 7° Batalhão para que os criminosos ficassem "atentos" ao patrulhamento nas ruas. Uma deslealdade que poderia não só atrapalhar o trabalho da polícia, como colocar a vida de colegas em perigo.

O delegado Alan Moreno de Andrade, coordenador do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat) da Polícia Civil, informou que as investigações mostraram as relações do policial com Adair Fernandes da Silva, o Dadá, a liderança do tráfico em Flexal II, em Cariacica, de quem recebia "cerca de R$ 400, R$ 500 por cada informação que ia passando, chegando a R$ 5 mil por mês". 

Em dezembro, a colunista Vilmara Fernandes já havia noticiado um esquema criminoso de remessas financeiras de traficantes da Ilha do Príncipe, em Vitória, para a gestão do Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo, que contava com a participação de um policial militar. Ele fornecia informações sobre mandados de prisão para proteger o líder do tráfico e impedir a sua prisão.

Um policial, como representante do Estado para a manutenção da lei e da ordem, trai toda a sociedade quando se alia ao crime. Um agente da lei que se torna informante de traficantes é um câncer para a corporação, que precisa ser expurgado.  Por vias legais, com garantias de ampla defesa e do devido processo legal, para que não pairem dúvidas. A conduta ilibada é indissociável da função policial.

Felizmente, no Espírito Santo esses maus policiais são a exceção, não a regra. Justamente por isso, é necessário rigor investigativo e punitivo, para servir de exemplo. Não pode haver espaço para a reprodução desses comportamentos que colocam a segurança pública em xeque.

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