Publicado em 7 de novembro de 2024 às 11:24
Material apreendido durante operação da Polícia Civil
Um soldado da Polícia Militar foi preso, na manhã desta quinta-feira (7), suspeito de repassar informações diretamente para o chefe do tráfico de Flexal, em Cariacica: além de se oferecer para buscar drogas escondidas, o agente chegava a enviar a escala de serviço dos policiais do 7° Batalhão da corporação, para que os criminosos ficassem "atentos" a quem estava fazendo patrulhamento nas ruas. >
O nome do policial não foi divulgado. A prisão dele aconteceu durante uma operação que teve outras duas detenções: a de um homem considerado um dos principais fornecedores de drogas do Espírito Santo, e a de uma mulher que estava com arma e carregadores em uma casa que foi alvo de buscas. >
Tudo começou em maio deste ano, quando Adair Fernandes da Silva, conhecido como "Dadá", foi preso escondido em um motel. Ele era chefe do tráfico de Flexal, em Cariacica, e estava na lista dos 10 criminosos mais procurados da cidade. A partir daí, mais investigações em torno de Dadá foram se desenrolando, até que, nesta quinta, os policiais saíram para cumprir, ao todo, sete mandados de prisão e de busca e apreensão. >
Segundo o delegado Ricardo Almeida, chefe do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP) e coordenador da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), o militar foi capturado no bairro Sotema, em Cariacica. >
>
"Ficou comprovado que ele passava informações diretamente para o Dadá, passava escalas da PM, se oferecia para fazer serviços para o tráfico, como, por exemplo, buscar drogas para eles. Detalhe interessante é que a gente percebeu uma preocupação do Dadá e do tráfico com determinados policiais do 7º BPM que são muito atuantes em Flexal. Ele perguntava sempre da escala desses policiais para ele ficar atento no dia", detalhou o delegado. >
Outro ponto era o de "busca de drogas". O delegado contou que, certa vez, a PM abordou um veículo com traficantes que conseguiram fugir. Após a fuga, esses criminosos esconderam mais de 10 mil pinos de cocaína em determinado local. >
"Depois que os caras fugiram, esse PM fez contato com o Dadá se oferecendo para pegar a droga que os traficantes tinham escondido", relatou o delegado. A tentativa foi frustrada, já que a Core localizou o material antes e fez a apreensão. >
Delegado Ricardo Almeida
Chefe do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP) e coordenador da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core)O militar foi levado para o presídio no Quartel do Comando Geral da corporação. Em nota, a Polícia Militar informou que "está ciente da operação e adotará as medidas necessárias para apurar o envolvimento do policial militar com o criminoso. Será instaurado um Procedimento Administrativo em desfavor do policial militar que poderá, ao término das apurações, ocasionar punição disciplinar ou demissão".>
Outro preso na operação desta quinta foi um suspeito, que também não teve o nome divulgado, mas era fornecedor de drogas para várias facções do Estado. "Ele não é faccionado, a gente considera ele como 'neutro'. Na casa dele não foi apreendido objeto ilícito, mas foi apreendido um veículo de luxo (veja foto no início da matéria)", explicou Ricardo Almeida. A captura dele aconteceu no bairro Industrial, em Vila Velha.>
A terceira detenção da manhã foi a de uma mulher de 20 anos, em Flexal. Ela não era alvo de mandado de prisão como os dois anteriores, mas estava em uma casa onde ocorreram buscas e foram encontrados três quilos de maconha, uma pistola e carregadores. >
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta