Neste ano, a primeira parcela do décimo terceiro deve ser paga até 28 de novembro, exatamente no dia da Black Friday, um dos eventos comerciais mais aguardados e que mais estimula o consumo.
Essa grana extra, garantida por lei, representa para muitos brasileiros um verdadeiro alívio financeiro e uma oportunidade de organizar a vida para fechar o ano no azul, porém, também traz um grande dilema: usar o dinheiro para aproveitar os descontos, quitar dívidas ou, quem sabe, começar a investir?
A resposta para esse dilema não é única e depende de um diagnóstico sincero da saúde financeira de cada um. Para usar esse recurso com eficiência e não transformar o alívio em uma armadilha para o próximo ano, é preciso estabelecer prioridades claras. Veja como navegar por essa decisão:
1. Prioridade absoluta: quitar dívidas
Antes de pensar em comprar na Black Friday, você precisa olhar para suas contas. Se você possui dívidas em atraso, especialmente as que possuem os juros mais caros, como cartão de crédito e cheque especial, seu 13º salário já tem destino certo.
A lógica é simples: nenhum desconto de Black Friday ou investimento vai superar os juros dessas dívidas. Aproveite os feirões de renegociação e os mutirões dos Procons para tentar quitar o valor com desconto.
2. A tentação: o gasto planejado
Se você não tem dívidas caras ou se o valor do 13º é suficiente para quitá-las e ainda sobrar, aí sim, você pode considerar a Black Friday.
Mas é preciso refletir sobre a compra antes de realizá-la, pois o maior perigo aqui é o gasto por impulso:
- A compra já estava planejada? Se você realmente precisa do item (ex: uma geladeira nova, um computador para o trabalho) e já vinha monitorando os preços para saber se o desconto é real (evitando a "metade do dobro"), essa compra na Black Friday pode valer a pena.
- O pagamento é à vista? Você pode usar o 13º para comprar à vista, sem criar novas parcelas para não comprometer seu orçamento nos meses seguintes.
O dinheiro "extra" na conta pode gerar uma sensação temporária de riqueza e levar a compras desnecessárias, gerando um rombo financeiro logo antes dos tradicionais gastos de início de ano.
3. A estratégia: provisionar gastos de início de ano e investir para o futuro
Sobrou dinheiro após quitar as dívidas e resistir ou aproveitar — com sabedoria — a Black Friday? Excelente. Então, é hora de pensar no futuro, e isso se divide em três etapas:
- Constitua (ou complete) sua reserva de emergência: se você ainda não tem uma reserva financeira para imprevistos (equivalente de 6 a 12 meses do seu custo de vida), o 13º é a oportunidade perfeita para começar. Se você precisou usar sua reserva durante o ano, use o dinheiro para reconstituí-la.
- Antecipe os gastos de início de ano: lembre-se que janeiro e fevereiro trazem gastos pesados, como IPTU, IPVA, matrícula e material escolar. Guardar uma parte do 13º para cobrir essas despesas é uma decisão que garante sua paz de espírito e evita que você comece o ano novo endividado.
- Comece a investir: se as contas estão em dia, a reserva está montada e os gastos do início do ano estão provisionados, use o valor restante para investir de acordo com seus objetivos. Para quem está começando, aplicações de renda fixa com baixo risco e boa liquidez, como o Tesouro Direto ou CDBs de liquidez diária, são ótimos pontos de partida.
Utilizando o seu 13º salário de forma eficiente, você pode começar o ano com as finanças em dia. E se você precisa se organizar financeiramente, essa é uma ótima época dar o pontapé inicial e usar essa grana extra para começar o ano no azul.
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