Em um cenário desafiador para milhões de brasileiros, a inadimplência atinge recordes e acende um alerta sobre a necessidade de educação financeira e estratégias eficazes para sair do vermelho. A boa notícia é que existem caminhos possíveis, e a renegociação de dívidas surge como uma ferramenta poderosa para a retomada do controle financeiro.
Dados recentes do Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil, levantamento realizado mensalmente pela Serasa sobre a relação dos brasileiros com as dívidas, sinalizam que o Brasil atingiu a marca de 78,2 milhões de inadimplentes em julho deste ano. Esse número expressivo revela o tamanho do desafio enfrentado por uma parcela significativa da população, que se vê às voltas com o orçamento apertado e a dificuldade de honrar seus compromissos.
Diversos fatores contribuem para o aumento do endividamento, como a alta dos juros, que encarece o crédito, somada à inflação que reduz o poder de compra, gera um ambiente propício para o desequilíbrio financeiro. Além disso, imprevistos como problemas de saúde e a perda de emprego podem desestruturar completamente o orçamento familiar. A falta de um planejamento financeiro sólido e o uso impulsivo do crédito, especialmente do cartão, também estão entre as principais causas que levam à inadimplência.
Por onde começar
Para quem se encontra nessa situação, a renegociação de dívidas é o primeiro passo para reorganizar a vida financeira. Portanto, se você possui dívidas em atraso e quer sair do vermelho, veja por onde começar:
1. Mapeie suas dívidas
Antes de qualquer contato, é fundamental ter clareza sobre o tamanho do problema. Relacione todas as suas dívidas e faça uma lista de tudo o que você deve: cartões de crédito, empréstimo, financiamento, cheque especial, carnês e boletos. Isso vai te ajudar a ter uma visão mais abrangente em relação às suas pendências financeiras, para se reorganizar.
2. Organize seu orçamento
Saiba exatamente quanto você ganha e quais são seus gastos fixos e variáveis. Isso permitirá que você defina um valor realista que pode ser comprometido mensalmente com o pagamento das dívidas.
3. Priorize o essencial e busque combater os gastos por impulso
Registre os seus gastos diariamente, assim será mais fácil entender aquilo que pode ser cortado. Em momentos de crise, se concentre apenas em gastos essenciais, de forma a quitar as dívidas o mais breve possível. Para isso, faça sempre o exercício de pensar: eu preciso mesmo adquirir isso? Tenho dinheiro suficiente para isso? Posso deixar para comprar isso depois? Qual o impacto dessa compra no meu orçamento?
4. Procure quitar primeiro as dívidas mais caras
Após relacionar todas as suas dívidas, priorize o pagamento das dívidas que possuem uma taxa de juros mais alta, como cartão de crédito e cheque especial.
5. Procure os seus credores e renegocie suas dívidas
A renegociação de dívidas é uma das melhores formas de se planejar para sair da inadimplência. Calcule qual é o valor limite que você pode negociar, para assumir um compromisso que caiba no seu bolso e aproveite os feirões de renegociação que são promovidos pelos bancos, pelos Procons municipais e outras instituições. Em geral, é possível obter descontos significativos, abatimentos ou até isenção total dos juros, além da possibilidade de realizar o pagamento parcelado.
Prevenir é o melhor remédio
Tão importante quanto saber negociar é não se endividar. Algumas práticas simples podem fazer toda a diferença:
- Crie uma reserva de emergência: ter um dinheiro guardado para imprevistos evita que você precise recorrer a empréstimos com juros altos.
- Use o crédito com consciência: o cartão de crédito pode ser um aliado, desde que seja usado com planejamento. Evite o pagamento mínimo da fatura e o parcelamento de compras por impulso.
- Invista em educação financeira: entender os conceitos básicos de finanças pessoais é essencial para tomar decisões mais inteligentes e manter o controle sobre o seu dinheiro.
Enfrentar a inadimplência exige disciplina e organização, mas com as estratégias certas, é possível manter as contas no azul e construir um futuro financeiro mais saudável.
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