Construir uma relação saudável com as finanças desde cedo é um dos maiores presentes que os pais podem oferecer. A educação financeira, quando iniciada na infância, prepara as crianças para uma vida adulta mais consciente, responsável e próspera. Mas como transformar um tema considerado complexo em conversas simples e produtivas no dia a dia?
A chave é naturalidade e na adequação a cada faixa etária. Falar sobre dinheiro não deve ser um tabu, pelo contrário: ao incluir os filhos nas conversas sobre o orçamento doméstico, de forma didática, você os ajuda a compreender o valor do trabalho, a importância de fazer escolhas e a necessidade de poupar para realizar sonhos.
Pequenos passos para grandes conquistas
Para as crianças menores, entre 3 e 5 anos, o aprendizado é lúdico.
Use um cofrinho transparente para que visualizem as moedas se acumulando. Ao mesmo tempo, ensine que o dinheiro é resultado do trabalho do papai e da mamãe e que ele serve para comprar as coisas que a família precisa, como a comida do supermercado.
Brincadeiras como "mercadinho" em casa são excelentes para introduzir os conceitos de compra e venda.
A partir dos 6 anos, a criança já pode receber uma "semanada". O valor deve ser simbólico, e o objetivo é que ela aprenda a administrar pequenas quantias. É fundamental que os pais orientem, mas permitam que a criança faça suas próprias escolhas e, inclusive, que erre. Se ela gastar todo o dinheiro em um único dia, não terá para o resto da semana. Essa experiência é uma lição valiosa sobre planejamento.
Nesta fase, também é importante começar a diferenciar desejos de necessidades. Ao ir às compras, explique por que alguns itens entram no carrinho e outros não, mostre a diferença de preços entre marcas e explique o conceito de "caro" e "barato", sempre de maneira simples e relacionando com o valor da semanada.
Amadurecendo a conversa
Com os pré-adolescentes, a partir dos 10 anos, a "semanada" pode virar "mesada". O valor pode ser um pouco maior, assim como as responsabilidades. É importante que eles fiquem responsáveis pela compra do próprio lanche na escola ou do ingresso de cinema. Também é uma ótima oportunidade para introduzir ferramentas como planilhas simples ou aplicativos de controle financeiro.
Incentive-os a estabelecer metas de curto, médio e longo prazo. Se o desejo é um brinquedo novo, ajude-os a calcular quantos meses de mesada precisarão poupar e os envolva no planejamento de uma viagem em família, mostrando os custos de passagens, hospedagem e passeios.
Explique sobre juros de forma prática, mostrando como o dinheiro pode render na poupança ou em um investimento simples, fazendo que o valor se multiplique com o tempo.
Preparando para o futuro
Na adolescência, os temas se aprofundam: converse abertamente sobre o orçamento familiar, custos fixos (luz, água, aluguel) e variáveis. Explique sobre o uso consciente do cartão de crédito, que não é uma extensão da renda, mas um empréstimo que precisa ser pago. Fale sobre investimentos, diferentes tipos de trabalho e a importância de se preparar para a aposentadoria.
Incentivar pequenas fontes de renda, como vender algo que produzam ou oferecer serviços simples, pode ser um grande estímulo ao empreendedorismo.
Acima de tudo, seja o exemplo. Seus filhos observam como você lida com suas finanças. Pais que planejam, poupam e consomem de forma consciente criam um ambiente propício para que os filhos desenvolvam os mesmos hábitos, garantindo um futuro financeiramente mais tranquilo e seguro.
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