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Casagrande e o enigma do Senado no ES

Governador lembra de Rose de Freitas quando questionado sobre quem pode apoiar na disputa pelo Senado, mas há outros postulantes à vaga

Vitória
Publicado em 18/04/2022 às 07h51
Congresso Nacional
Congresso Nacional, que abriga o Senado Federal. Crédito: Pedro França

O ex-senador Magno Malta vai ser candidato ao Senado pelo PL, na chapa do ex-deputado federal Carlos Manato (PL), pré-candidato ao governo do estado. Isso é tão certo como dois mais dois são quatro. Ao menos é o que garante o próprio Magno, que já negou à coluna a possibilidade de "descer" para a disputa para a Câmara Federal.

No campo oposto, na chapa que deve ser encabeçada pelo governador Renato Casagrande (PSB) na corrida pela reeleição, no entanto, a coisa é mais incerta. Vários querem o posto de candidato, ou candidata, ao Senado ao lado do socialista. Na missão de manter e até expandir uma ampla aliança partidária, Casagrande se equilibra entre um e outro aliado, sem escolher lado, por enquanto.

Mas emite sinais. Quando questionado pela coluna sobre quem pretende apoiar para o Senado, o primeiro nome que surgiu como hipótese na boca do governador foi o de Rose de Freitas. A senadora quer se reeleger, mas, para isso, deve enfrentar diversos percalços, como os efeitos políticos da operação que devassou a Codesa e o enfraquecimento do partido dela, o MDB, no Espírito Santo.

Há quem duvide que, diante de tal cenário, Casagrande se arrisque a endossá-la. O governador, no entanto, trata isso como algo bastante plausível. Se apoiar Rose, ele consegue atrair o MDB, o que significa tempo de TV na campanha.

Ao lado do governador, no entanto, estão outros postulantes ao cargo de senador. O coronel Alexandre Ramalho, ex-secretário de segurança do socialista, por exemplo, permaneceu no Podemos com a garantia de que seria o nome do partido na corrida pelo Senado. O Podemos faz parte da base de apoio ao governador.

Para lançar Ramalho ao Senado na chapa de Casagrande o partido precisaria do "ok" de Casagrande, a não ser que não se coligasse oficialmente com ele. Cabe ressaltar que Ramalho foi cortejado por legendas que fazem oposição ao governador, como o Republicanos e o União Brasil.

Há ainda o deputado federal Da Vitória que, até a segunda ordem, é pré-candidato à reeleição. O partido dele, o PP, no entanto, trabalha para mudar isso. A sigla é uma das principais aliadas do governador e ganhou força após a janela partidária, angariando novos deputados. A meta agora é transformar Da Vitória em candidato ao Senado, com as bênçãos de Casagrande.

O pequeno Avante, que está na base de Casagrande, também tem um nome para o Senado,  o escritor Nelson Júnior. 

O PT ainda não definiu um pré-candidato e tampouco se vai ou não desistir da pré-candidatura do senador Fabiano Contarato ao governo e fechar parceria com o governador. Mas tem nomes que se movimentam para a disputa ao Senado, como a ex-secretária de Educação de Cariacica Célia Tavares e o ex-reitor da Ufes Reinaldo Centoducatte.

Em 2018 havia duas vagas em disputa, que ficaram com Fabiano Contarato (eleito pela Rede) e Marcos do Val (eleito pelo Cidadania). Agora, é apenas uma, a que é ocupada por Rose. Ou seja, a escolha de Casagrande ficou ainda mais difícil. 

Correndo por fora, está o ex-prefeito de Colatina Sérgio Meneguelli, pelo Republicanos. O partido tem como pré-candidato ao Palácio Anchieta o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso. Meneguelli, então, seria candidato ao Senado na chapa dele. Não se sabe se a candidatura de Erick vai se manter até o final, mas por enquanto esse é o quadro.

O ex-prefeito de Colatina chegou a figurar como um dos possíveis nomes do partido na corrida ao Senado, ao lado do deputado federal Amaro Neto. Este, no entanto, deve mesmo disputar a reeleição.

Resta ainda o PSD. O partido tem como pré-candidato ao governo o ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon. Já o ex-vice-governador César Colnago, que agora preside a sigla no estado, disse que gostaria de disputar o posto com Guerino, mas tem como plano B a candidatura ao Senado.

Guerino, Erick e o ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos (Rede), outro pré-candidato ao governo, têm estado próximos. Ao final, se se reunirem em torno de apenas uma candidatura, a questão do Senado também deve ser rediscutida.

À parte as costuras entre os partidos, há algo primordial a ser levado em conta: o eleitor. Conforme as pesquisas de intenção de voto mostrem a evolução de um ou outro pré-candidato ao Senado isso certamente vai pesar nas definições. 

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