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"Sem pressão e sem tensão": como o PSB tenta convencer o PT a não lançar Contarato no ES

Representantes dos dois partidos, inclusive o governador Renato Casagrade, reuniram-se na noite desta terça-feira (12)

Vitória
Publicado em 13/04/2022 às 11h51
Senador Fabiano Contarato e ex-presidente Lula
Senador Fabiano Contarato e ex-presidente Lula em jantar com senadores, na última segunda-feira (11). Crédito: Twitter/@ContaratoSenado

O governador Renato Casagrande (PSB) ainda não disse que vai ser candidato à reeleição, mas vai. Também não disse quem pretende apoiar na disputa pela Presidência da República. Aí é um terreno mais pantanoso.

Para montar, ou manter, ampla aliança partidária que persegue, o governador se equilibra entre diversos pretendentes ao Palácio do Planalto: Ciro Gomes (PDT), Lula (PT) e até Sergio Moro (Podemos), embora este pareça carta fora do baralho.

O PT local faz questão de um palanque para o ex-presidente Lula. E pode garantir isso ao lançar, para valer, o senador Fabiano Contarato na corrida pelo governo do estado. O PSB, no entanto, quer que os petistas apoiem a reeleição de Casagrande e desistam da candidatura própria.

Essa é uma questão tratada por lideranças nacionais dos dois partidos. O governador é secretário-geral do PSB, o que o fortalece, mas os movimentos nesse tabuleiro passam ao largo do Espírito Santo.

Como a coluna mostrou, o PT vê como enfraquecimento a perda de deputados federais por parte do PSB e acha que já está de bom tamanho o apoio a candidatos socialistas no Maranhão, no Rio e em Pernambuco. Se a ideia prosperar, o caminho fica livre para Contarato, apesar de o PSB ter indicado o vice na chapa de Lula, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin.

Nesta terça-feira (12), representantes do PT reuniram-se com integrantes do PSB, entre eles o próprio Casagrande. Tudo certo, nada resolvido.

"Não houve pressão nem tensão. O PT colocou que tem a pré-candidatura do Contarato e nós colocamos que temos a do Renato", resumiu o presidente estadual do PSB, Alberto Gavini.

"E tudo continua como antes. Foi apenas uma conversa sobre o cenário, não foi feita nenhuma proposta. Vamos conversar mais vezes, a cada 15 dias, provavelmente", emendou.

Se PT e PSB disputarem entre si o governo do estado, os votos dos eleitores de centro-esquerda vão se dividir, o que pode não ser bom negócio para nenhum dos dois.

Mas se Casagrande não fizer um aceno a Lula, o PT perde um dos principais argumentos para apoiar o socialista.

Ao mesmo tempo, se o governador endossar a pré-candidatura de Lula vai desagradar aos outros partidos da base aliada e os que tenta atrair. O PSDB, por exemplo, tem (ao menos por enquanto) João Doria como pré-candidato à Presidência da República.

Além disso, o eleitorado capixaba é sabidamente conservador e antipetista. Unir a própria imagem ao ex-presidente não seria nada auspicioso para Casagrande na busca pela reeleição.

ENQUANTO ISSO...

Contarato não está parado, apesar de o lançamento do nome dele ao governo depender menos dele e mais do PT e do próprio Casagrande.

O senador esteve, na última segunda-feira (11), em um jantar com Lula e outros senadores de centro e de esquerda.

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