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Prefeito no ES que “fechou o cofre” agora é alvo de uma CPI

Depois de uma Comissão Processante, Câmara de Vereadores vai criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar atos da gestão

Vitória
Publicado em 27/11/2025 às 03h11
Atualizado em 27/11/2025 às 07h21
Lidiney Gobby ao volante de um ônibus escolar: no caminho que pode acabar na cassação do mandato
Lidiney Gobby ao volante de um ônibus escolar: em rota de colisão com a Câmara de Vereadores. Crédito: Lidiney Gobby/Instagram

Em menos de um mês, o prefeito de Marechal Floriano, Lidiney Gobbi (PP), passou a ser alvo de um segundo processo de investigação. Após a Câmara de Vereadores instalar uma Comissão Processante, o gestor agora está na mira de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), cuja instalação será votada na noite desta quinta-feira (27).

A situação do prefeito não é nada confortável. A CPI foi proposta pelo vereador Pastor Adriano (Solidariedade) e apoiada por oito dos 11 parlamentares da Casa (veja a relação no final desta matéria).

Os três que não assinaram o requerimento de instalação do colegiado - Vaninho Stein (Podemos), Chapolin Frasson (MDB) e Diogo Endlich (Podemos) - são membros da Comissão Processante, fator que impediu que eles endossassem a proposta de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito.

No requerimento da CPI, os vereadores se propõem a investigar possíveis irregularidades na execução do contrato de gestão nº 072/2025 entre o Fundo de Saúde de Marechal Floriano e o Instituto de Apoio do Meio Ambiente, Saúde e Esportes (Iamase), Organização Social (OS) que presta serviços ao município na área da Saúde.

CONTENÇÃO DE GASTOS

Conforme mostrou a coluna, Gobbi, que cumpre seu segundo mandato (não consecutivo) à frente da Prefeitura de Marechal Floriano, publicou, no dia 30 de outubro, um decreto no Diário Oficial determinando corte de despesas, proibição de gastos e outras medidas de austeridade na gestão municipal. O objetivo, segundo o prefeito, é evitar um déficit financeiro nas contas públicas da cidade.

O decreto determina corte de 15% nas despesas da prefeitura, incluindo a suspensão ou limitação de empenhos, além da proibição, com algumas exceções, de participação de servidores em cursos, concessão de horas extras, diárias, passagens aéreas, adicional noturno, nomeações, compras, utilização de veículos após o expediente, apoio a eventos e aquisição de móveis e imóveis, entre outros gastos.

Mas logo após a publicação deste decreto, a Câmara de Vereadores surpreendeu o prefeito com a instauração, por 10 votos a zero, de uma Comissão Processante para apurar uma série de denúncias contra a gestão municipal. O colegiado tem 90 dias para concluir os trabalhos e, no limite, pode até decidir pelo afastamento do chefe do executivo municipal do cargo, se constatadas as irregularidades apontadas por um morador de Marechal.

Como se não bastasse, o mandato de Lidiney Gobbi passa a ser ameaçado também pela CPI que, pelo clima político predominante no município, deve ser aprovada sem grandes obstáculos na noite desta quinta (27).

OS VEREADORES QUE APOIAM A CPI

  • Juarez Xavier (presidente, PRD)
  • Pastor Adriano (Solidariedade)
  • Coquinho Kiefer (PSB)
  • Hilário Oliveira Neto (Agir)
  • Cezinha Ronchi (PP)
  • Cabral (PP)
  • Ângelo Traspadini (PRD)
  • Martim Trarbach (PP)

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