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Tarifaço: decisão de Trump é ótima para o ES, mas ainda temos problemas. Entenda

O governo dos Estados Unidos, anunciou, nesta quinta-feira (21), a retirada da pesada tarifa de importação, que vigorava desde agosto, em cima de centenas de produtos brasileiros

Vitória
Publicado em 21/11/2025 às 06h13
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Encontro com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em cúpula na Ásia. Crédito: Ricardo Stuckert/PR

O governo de Donald Trump, dos Estados Unidos, anunciou, nesta quinta-feira (21), a retirada da pesada tarifa de importação, que vigorava desde agosto, em cima de centenas de produtos brasileiros. Estão no pacote café, pimenta, frutas, cacau e gengibre. A notícia é muito boa, afinal, devolve a competitividade para cadeias extremamente relevantes para a economia capixaba, com grande penetração principalmente no interior do Estado. Só o café está em mais de 60 mil propriedades. Enquanto a produção brasileira estava pagando 40% para entrar no maior e de maior valor agregado mercado mundial, que é o norte-americano, concorrentes fortes, caso do Vietnã, pagam zero.

Para termos uma ideia do tamanho do impacto, em 2024, saíram pelos portos do Espírito Santo US$ 180 milhões de café para os Estados Unidos. Os norte-americanos são, por exemplo, os maiores consumidores mundiais de cafés especiais, que tem enorme valor agregado. De gengibre, muito forte na região Serrana, foram US$ 14 milhões. A notícia, portanto, é muito boa, ainda mais se lembrarmos que, na primeira leva de exclusões do tarifaço, ainda em agosto, ficaram de fora itens como celulose, petróleo e minério, mas há questões para lá de relevantes que estão pendentes.

Seguem com tarifa extorsiva nos Estados Unidos produtos fundamentais para a pauta exportadora do Estado: café solúvel, pescados e uma parte importante do setor de rochas. O Espírito Santo tem um dos maiores parques produtores de café solúvel do mundo, com grandes fábricas em Viana (Realcafé) e Linhares (Ofi e Café Cacique). A produção de solúvel é voltada para a exportação e os Estados Unidos respondem por 20% das compras. O setor de rochas, que movimenta mais de R$ 15 bilhões por ano no Estado, que concentra 80% da indústria brasileira do setor, segue sobretaxado em grande parte de sua produção. Apenas o quartzito está fora, enquanto produtos como granito e mármore seguem pagando caro. Por fim, os pescados, que, no ano passado, venderam US$ 6,4 milhões para lá.

Importante lembrar que o aço, um dos itens mais importantes da indústria capixaba, foi excluído da taxa imposta exclusivamente em cima dos produtos brasileiros, mas segue pagando 50% de tarifa em uma medida generalizada adotada pelo governo Trump para proteger a indústria siderúrgica do país.

Tudo isso para dizer que, sem dúvida, houve avanço, mas ainda há batalhas importantes no front.

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