Bastidores e informações exclusivas e relevantes sobre os negócios e a economia do Espírito Santo

Grupo Tristão: futuro da companhia está em Aracruz

Empresa beneficiadora e comercializadora de café, uma das maiores do ES, acaba de comprar uma área de 400 mil m² no Norte do ES, perto dos portos da região e das grandes áreas produtoras de conilon

Vitória
Publicado em 01/07/2025 às 03h00
Sede do Grupo Tristão, em Viana, Espírito Santo
Sede do Grupo Tristão, em Viana, Espírito Santo. Crédito: Abdo Filho

O Grupo Tristão, fundado em Afonso Claúdio, há 90 anos, por José Ribeiro Tristão, deu, em 1971, um enorme salto com a inauguração da indústria de solúvel, em Viana, já sob o comando de Jônice Tristão. Agora, a companhia, das maiores do Espírito Santo, prepara-se para mais um pulo e acaba de comprar uma área de 400 mil m² em Aracruz, Norte do Estado, a oito quilômetros dos portos da região. É lá que a empresa dará os seus próximos passos - perto das maiores plantações de café conilon no Brasil (que é o segundo maior produtor do mundo), na área da Sudene, com oferta de água e com uma infraestrutura portuária bem ao lado e em expansão.

"Trata-se de uma região estratégica para o mercado mundial de café. São várias as ideias que temos para a área, mas estamos contratando uma consultoria especializada que irá desenhar um master plan observando o longo prazo. O que posso te adiantar é que as nossas expansões futuras, que o futuro da companhia está em Aracruz", afirmou Sérgio Tristão, presidente do Grupo Tristão e filho de Jônice. "Isso significa que vamos deixar nossa estrutura de Viana de lado? Claro que não, muito pelo contrário, mas o futuro, por toda dinâmica da logística e da produção de café, será em Aracruz".

Hoje, em Viana, o Grupo Tristão tem capacidade para armazenar 300 mil sacas de 60 kg de café e para produzir 11,5 mil toneladas de solúvel por ano. A ideia é começar os trabalhos em Aracruz com a construção de um parque de armazenagem para pelo menos 500 mil sacas que atenderá todos os negócios da empresa: Realcafé (indústria de solúvel), Cafuso (torrefadora), Realcafé Reserva (cafés especiais) e Tristão Trading (exportadora de café verde). "Ainda não está fechado, estamos analisando a viabilidade financeira, afinal, os juros estão muito elevados, mas queremos fazer, o quanto antes, um centro de armazenagem novo, afinal, o nosso parque tem mais de 40 anos. O mercado está em grande expansão e tem novas exigências, como certificação e rastreabilidade, por isso, precisamos de uma área nova, maior e mais moderna para atender a uma demanda que é crescente", argumentou Sérgio Tristão.

Questionado sobre uma fábrica nova em Aracruz, Tristão disse que ainda não está no radar, mas estará no planejamento de longo prazo. "Não há nada por agora, afinal, qualquer investimento em solúvel demanda muito recurso e tivemos uma grande expansão do parque produtivo nos últimos tempos, vamos aguardar como se dará essa acomodação. O que podemos fazer é montar estruturas produtivas separadas em Aracruz. Por exemplo, posso fazer um aglomerador (processo que melhora a solubilidade e a aparência do produto, deixando o café mais uniforme e fácil de dissolver) lá", explicou.

Hoje, em Viana, o Grupo Tristão está em uma área de 300 mil m². O conglomerado possui cerca de 500 funcionários e, de acordo com o Anuário IEL 200 Maiores Empresas do Espírito Santo, faturou mais de R$ 2 bilhões em 2023.

A Gazeta integra o

Saiba mais
Agronegócio Aracruz Economia Espírito Santo Viana ES Norte Café arábica Agroindústria

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.