O ex-presidente da Petrobras Jean-Paul Prates, que ficou no comando da empresa entre 2023 e 2024, disse enxergar potencial para mais 40 anos de produção de petróleo e gás natural no Espírito Santo. "Principalmente de óleo e no mar. Vejo muito potencial no pré-sal do Espírito Santo", afirmou à coluna em evento do Lide Espírito Santo realizado em Vitória.
Vindo de quem, há pouco, estava no comando da maior empresa de petróleo do país, com profundo conhecimento da geologia nacional, é uma afirmação importante e estratégica. "Vejo a Foz do Amazonas, a Bacia de Pelotas e o Espírito Santo como relevantes fronteiras do petróleo no Brasil. Especificamente no Estado, enxergo grandes possibilidades nos campos maduros - com ganhos de eficiência e novas atividades exploratórias - e no pré-sal capixaba, aí falando de campos novos, ainda não explorados. Vejo uma atividade importante por aqui por mais 40 anos".
Prates acredita que a velocidade do processo no Estado dependerá do desempenho das atividades exploratórias na Margem Equatorial. "Saiu agora a primeira licença para o início da atividade exploratória, pode ser que não dê nada. Caso isso aconteça, vejo o Espírito Santo aparecendo, em um tempo relativamente curto, com muita força no cenário".
O Espírito Santo vem, nos últimos dez anos, tendo seguidas quedas na produção de petróleo. Em 2014, a extração média ficou em 367 mil barris por dia. Em 2024, foi de 154,9 mil barris/dia, encolhimento de 57,8% no período. Trata-se de uma consequência da queda vertiginosa da atividade exploratória. Entre 1998 e 2014, era frequente que o número de poços exploratórios (destinados à descoberta de novas jazidas) perfurados no Estado ficasse acima dos 20 por ano. Grande parte deles fica no mar, onde fica o grosso da produção. Entre 2015 e 2024, nunca a quantidade de perfurações superou os cinco poços. Sendo que, em 2016 e 2017, nada foi feito.
A indústria do petróleo e do gás natural responde por algo perto de 25% da indústria geral do Espírito Santo. Uma queda muito rápida teria consequências ruins para o PIB capixaba.
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