Publicado em 4 de setembro de 2015 às 13:13
Quem aproveita a noite de Vitória nos barzinhos espalhados pela cidade (ou aproveitava, antes da pandemia) pode não se lembrar de um outro tempo em que a vida noturna da cidade fervilhava. O som que embalou gerações vinha da Papagaio Disco Club, nos anos 60 e 70, na Smoke Island dos anos 80 e o Bar Bordel, já no fim da década.
Nos anos 90, as danceterias já eram chamadas de boates. Quem queria curtir o "rock" capixaba seguia para a Esfera, na Enseada do Suá (com uma grande escultura segurando um globo), a Loft, em frente à Ufes, ou curtia o banho de espuma que caia do teto nos frequentadores da boate Zoom, na Mata da Praia.
Próximo à Zoom, na Avenida Adalberto Simão Nader, ficava o Hultra Center, galpão de grandes proporções que abrigava não só shows de bandas como Charlie Brown Jr. e Los Hermanos (se apresentando com o primeiro disco), mas também eventos como pista de kart, exposição de veículos e feiras de todo tipo.
Os bares, origem da boemia capixaba, também eram opção de muitos notívagos. Desde as bebedeiras de jornalistas e intelectuais que frequentavam o Britz Bar, no Centro de Vitória, passando pelo pouco ortodoxo Scandinave, na Beira-Mar. Também havia o classudo "Victoria's Pub Queen", em Bento Ferreira, e o samba que embalava o "Amarelinho".
Inaugurado em 1989, outro bar que marcou época foi o Bordel, em Jardim da Penha. Responsável por criar o que ficou conhecida como a "geração Bordel" em Vitória, o bar surgiu para tapar o vazio deixado pelo Terra Viva, que funcionou por sete anos em Santa Lúcia.
Há quem considere Vitória parada e sem opções, mas entre os anos 60 e 2000 a tradição de bares e boates desmente essa que pode ser considerada uma realidade recente. Outra crítica muito comum à vida noturna da Capital gira em torno do pouco tempo de funcionamento das casas noturnas da cidade.
A tradicional Zoom mudou de conceito e passou a se chamar Mega Zoom até ser demolida para obras do aeroporto. A "Classe A" e a "Balladas" (aberta onde funcionava a "Hultra Center") também precisaram ser demolidas no mesmo local. Outra que passou por diversas mudanças foi a Smoke Island, que já foi "Centauro", passou a ser "Ilha" e hoje é apenas um galpão abandonado na Ilha da Fumaça.
Outra casa que fez bastante sucesso foi a Wall Street, na região do Triângulo, na Praia do Canto. A choperia e boate fechou em 2010 dando lugar à Allure, que encerrou as atividades posteriormente.
Os constantes fechamentos de bares e boates geravam inclusive intrigas entre os empresários do ramo. Um deles, ao abrir a Mega Zoom, declarou que os antigos donos não sabiam "agradar a elite capixaba".
Um dos maiores sucessos em termos de casa de shows em Vitória, o Maxiplace teve vida breve na Capital. Inaugurado em outubro de 2003, o empreendimento com 12 ambientes na Enseada do Suá logo conquistou o público.
Em maio de 2004 aconteceu a primeira interdição pelo Juizado da Infância e Juventude. A alegação era a falta de policiamento e ambulância no local.
Em agosto de 2004 houve a segunda interdição, dessa vez pela Prefeitura de Vitória. Segundo o poder executivo municipal, a casa de espetáculos desrespeitou as legislações ambiental (barulho) e urbanística (falta de estacionamento).
Em 2005, um grupo carioca comprou o espaço para tentar reabri-lo, mas não conseguiu autorização. Ainda no mesmo ano, o complexo de lazer teve seu terreno negociado.
Boate Loft, point das noites de Vitória
Boate Zoom, antigo point das noites de Vitória
Victoria Queen's Pub, em Vitória
Boate Smoke Island, em Vitória
Le Chat Noir, antigo estabelecimento em Vitória
boate Esfera
Bar Britz e Bar Bordel, em Vitória
Esquecemos de alguma?
O número de casas de shows, boates e danceterias para todos os gostos já foi muito grande em Vitória. A noite da capital abrigava diversas "cenas" e tribos. Você ia a alguma casa que esquecemos? Tem fotos de algum lugar marcante para a história dos "rocks" capixabas? Então envie para online@redegazeta.com.br
Conteúdo originalmente publicado em 05/09/2015, por Wing Costa
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