Publicado em 9 de novembro de 2021 às 19:29
A Quinta Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu nesta terça-feira (9), por 4 votos a 1, anular a investigação de suspeita de 'rachadinha' no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), quando era deputado estadual. >
O processo era conduzido pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio.>
Os ministros do colegiado aceitaram recurso da defesa do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para anular os atos processuais, sob a alegação de que a apuração deveria ser sido iniciada pelo TJ (Tribunal de Justiça), segundo a Agência Brasil. Na época das acusações apontadas pelo Ministério Público, o senador ocupava o cargo de deputado estadual. Dessa forma, somente o TJ poderia tomar decisões sobre o caso.>
Flávio é acusado de liderar uma organização criminosa para recolher parte do salário de seus ex-funcionários em benefício próprio. A prática consiste na exigência feita a assessores parlamentares de entregarem parte de seus salários ao deputado.>
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Segundo a denúncia, a prática ocorria em seu antigo gabinete na Assembleia, onde exerceu o mandato entre fevereiro de 2003 a janeiro de 2019.>
Em agosto, o ministro João Otávio de Noronha, do STJ, determinou a suspensão da investigação contra Flávio, o policial militar aposentado Fabrício Queiroz, acusado de operar o esquema no gabinete do filho do presidente, e outros 15 investigados. A decisão foi dada a pedido do ex-PM Fabrício Queiroz, que é amigo de Bolsonaro desde a década de 1980 e foi assessor no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio.>
Em fevereiro, o STJ anulou as quebras de sigilos bancário e fiscal de Flávio Bolsonaro no âmbito das investigações do caso das "rachadinhas". Na ocasião, por maioria de votos, os ministros da Quinta Turma identificaram problemas de fundamentação na decisão judicial.>
Flávio foi denunciado em novembro de 2020 pela Promotoria fluminense sob a acusação dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele nega as acusações.>
A investigação sobre as "rachadinhas" foi aberta após relatório do Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) apontar uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão nas contas do ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz de janeiro de 2016 a janeiro de 2017.>
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