Publicado em 5 de dezembro de 2020 às 19:07
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) divulgaram neste sábado (5) uma nota em que defendem que o Plano Nacional de Imunizações (PNI) incorpore todas as vacinas com eficácia e segurança reconhecidas contra a Covid-19. No texto, as entidades exigem que as decisões sobre a imunização "não sejam pautadas por questões alheias aos interesses do País". >
"A falta da coordenação nacional, a eventual adoção de diferentes cronogramas e grupos prioritários para a vacinação nos diversos Estados são preocupantes, pois gerariam iniquidade entre os cidadãos das unidades da federação, além de dificultar as ações nacionais de comunicação e a organização da farmacovigilância, que será fundamental com uma nova vacina", destaca a carta.>
Nesta semana, o Ministério da Saúde divulgou que o cronograma de vacinação prevê o início das aplicações em março, no qual idosos com 75 anos ou mais, profissionais de saúde e indígenas terão prioridade. Segundo o governo federal, o Brasil tem o fornecimento garantido de 142,9 milhões de doses de vacinas por meio dos acordos entre a Fiocruz e a AstraZeneca (100,4 milhões) e a Covax Facility (42,5 milhões), iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS).>
O secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, fez uma série de posts no Twitter na noite da última sexta-feira (5). Sobre o assunto, Nésio frisa que "é possível que várias das primeiras vacinas apresentem eventos adversos que impliquem em sua interrupção temporária ou permanente. Por isso, o Brasil deve avançar na aquisição de 4 ou 5 vacinas distintas disponíveis no mercado internacional", opina.>
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"A vacina contra a COVID-19 desenvolvida pela @pfizer é, reconhecidamente, uma das mais avançadas e seguras. Seu desenvolvimento foi acompanhado e é respeitado por toda a comunidade científica internacional", diz o primeiro tuíte. Veja a thread.>
A nota divulgada pelo conselho também destaca a "necessidade de se alcançar a imunização de toda a população brasileira, com a máxima brevidade". Não há previsão, contudo, de vacinar toda a população brasileira no ano que vem, de acordo com a apresentação feita pelo ministério. >
A maioria dos imunizantes desenvolvidos têm duas doses e, além disso, o Brasil tem uma população de 212,3 milhões de pessoas. Ou seja, seria necessário um número cerca de três vezes maior do que está garantido pelo ministério. >
"O recrudescimento da pandemia da covid-19, no mundo e no Brasil, aponta para um cenário de insuficiência de doses para a vacinação de todas as populações, fazendo com que restrições ao número de fornecedores causem atrasos no acesso à vacina para grupos prioritários de risco", diz a nota conjunto.>
"É urgente que os processos de avaliação para o uso emergencial de vacinas contra a Covid-19, a logística de aquisição de insumos, o sistema de informações, a definição das estratégias de monitoramento e avaliação da campanha e, principalmente, a aquisição das vacinas estejam sob a coordenação do Ministério da Saúde, responsável pelo PNI, como medida para garantir a equidade entre os entes subnacionais", prossegue.>
Também nessa semana, o Ministério da Saúde voltou a receber um ultimato da Pfizer, cuja vacina teve a aplicação liberada no Reino Unido. Além disso, o Estado de São Paulo voltou a manifestar críticas ao governo federal por ainda não ter acordado se comprará doses que o Instituto Butantã produzirá da Coronavac, vacina criada pela empresa chinesa Sinovac. >
"A falta da coordenação nacional, a eventual adoção de diferentes cronogramas e grupos prioritários para a vacinação nos diversos estados são preocupantes, pois gerariam iniquidade entre os cidadãos das unidades da federação, além de dificultar as ações nacionais de comunicação e a organização da farmacovigilância, que será fundamental com uma nova vacina", destaca o texto. >
A carta é assinada pelos presidentes do Conass (Carlos Lula, secretário estadual de Saúde do Maranhão) e do Conasems (Wilames Freire Bezerra, secretário municipal da Saúde de Pacatuba, no Ceará).>
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